Guia da Semana



Começa a mais antiga mostra de cinema da cidade de São Paulo. Entre 8 e 29 de abril, o 36º Festival SESC Melhores Filmes, que exibe as produções de 2009 mais prestigiadas pela crítica e pelo júri popular. É a oportunidade de contemplar pela primeira vez ou novamente alguns dos grandes títulos lançados no ano passado, desde os mais populares, como Up - Altas Aventuras, Lua Nova e Divã, até os autorais Anticristo, Moscou e Ervas Daninhas.

Saiba porque alguns dos longas não devem ficar fora de sua lista e, caso não esteja em São Paulo, fique atento, pois em breve estes filmes estarão disponíveis em DVD.

Desejo e perigo, de Ang Lee. Premiado com um Leão de Ouro em Veneza, repetindo o feito de Brokeback Mountain, Ang Lee retorna à sua terra natal para filmar esta história que mistura desejo, política e violência. Grandes atuações, solidez narrativa e reconstituição de época primorosa fazem do longa a melhor estreia de 2009, de acordo com a crítica.

Anticristo, de Lars Von Trier. O diretor se mostra novamente surpreendente nesta produção rica em simbologias, que promove um embate entre misticismo, filosofia, história, psicanálise e cristianismo.

Moscou, de Eduardo Coutinho. Em seu filme mais experimental, o documentarista retrata os ensaios da peça As Três Irmãs, de Tchekhov, (que não foi nem será encenada) dando prosseguimento à investigação entre ficção e realidade que já era a tônica em Jogo de Cena.

Cidadão Boilesen, de Chaim Litewski. Fruto de intensa pesquisa, o documentário faz importante revisão da ditadura militar brasileira mostrando a organização de empresários brasileiros para financiar a tortura. Ritmo dinâmico e uso de variados recursos audiovisuais, como animação, são alguns dos diferenciais deste filme.

Apenas o Fim, de Matheus Souza. Despretensiosa, esta produção de baixíssimo orçamento faz um raio-x da juventude contemporânea por meio da história de um casal que está se separando. O primeiro longa de Matheus Souza transpira renovação e despojamento.

500 Dias Com Ela, de Marc Webb. Esta deliciosa e criativa comédia romântica dá novo fôlego ao gênero graças a uma série de procedimentos narrativos, como a quebra da linearidade e intenso uso de flashbacks e flash fowards, a inserção de um número de dança em referência aos musicais clássicos e na sequência em que as expectativas do protagonista e a realidade dividem a cena.

Deixa Ela Entrar, de Tomas Alfredson. Longe das convenções cinematográficas do gênero, o drama sueco explora a complexa relação entre uma jovem vampira e um menino que sofre com bullying na escola. Em um ano de filmes de vampiros adolescentes a la Romeu e Julieta, Deixa Ela Entrar oferece abordagem obscura do amor entre sugadores de sangue e humanos.

Leia as colunas anteriores de Cyntia Calhado:

O lado sombrio de Alphaville

Nova era do 3D


Vilões e Mocinhos

Quem é a colunista: Jornalista e cinéfila Cyntia Calhado.

O que faz: Repórter do Guia da Semana.

Pecado gastronômico: Pizza, chocolate, açaí...

Melhor lugar do Brasil: Onde se tem paz.

Melhor filme que já assistiu até hoje: Como é impossível escolher um, fico com a obra dos diretores Pedro Almodóvar, Eric Rohmer, Walter Salles e Domingos de Oliveira.

Para falar com ela: [email protected] ou acesse seu blog ou site

Atualizado em 6 Set 2011.