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Apesar da torcida, O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias não foi indicado ao prêmio. |
O filme O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias pode ter conseguido derrotar Tropa de Elite na disputa pela vaga do Brasil no Oscar, mas não foi o suficiente para que ele fosse indicado entre os cinco melhores do mundo. O longa de Cao Hamburger esteve entre os nove mais bem colocados, mas não vai participar da cerimônia, deixando mais uma vez o Brasil de fora da grande festa do cinema norte-americano. O resultado segue o retrospecto dos últimos anos, em que filmes como Cinema, Aspirinas e Urubus e 2 Filhos de Francisco também não chegaram à indicação, deixando certa frustração nos cinéfilos locais.
Apesar de o Brasil levar prêmios com seu cinema em alguns dos principais festivais do mundo, nunca chegou a conquistar este que é o mais visado. E esta história vem de longe, mais precisamente de 1963, quando O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, conquistou a Palma de Ouro, em Cannes, considerado o festival mais importante da categoria. Otimista, o filme concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas acabou perdendo para o francês Les Dimanches de Ville d´Avray.

A quarta e última indicação do Brasil na categoria de Melhor Filme Estrangeiro aconteceu em 1999, com Central do Brasil, de Walter Salles Jr. O filme, que era o favorito naquele ano, já sentiu que não era desta vez que conquistava o prêmio, quando a italiana Sophia Loren subiu ao palco para a entrega. Como era de imaginar, ela entregou para seu compatriota Roberto Benigni, com seu A Vida é Bela. Neste mesmo ano, o país somou mais uma indicação, a de Melhor Atriz, para Fernanda Montenegro.

Em 2004, foi a vez do brasileiro Cidade de Deus receber quatro sonhadas indicações. O longa concorreu aos prêmios de Melhor Direção, Roteiro Adaptado, Fotografia e Edição. Perdeu em todas. No mesmo ano mais um brasileiro foi para a cerimônia. Carlos Saldanha viu seu curta-metragem de animação, Gone Nutty, ficar entre os melhores do ano, mas também não foi o escolhido. Saldanha já havia concorrido no ano anterior, quando A Era do Gelo, do qual foi co-diretor, foi indicado ao prêmio de melhor animação.

Como consolação, o filme inglês O Jardineiro Fiel, dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles, também recebeu algumas indicações e chegou a levar a de Melhor Atriz, para Rachel Weisz. Porém, como o filme não era nem mesmo uma co-produção nacional, essas indicações nem chegam a contar para nós. Descartado do Oscar 2008, fica a esperança para 2009. Do mesmo Fernando Meirelles vêm a maior chance do país para o próximo ano. Cegueira, uma co-produção entre Brasil, Japão e Canadá é o que mais desperta interesse. Resta esperar mais um ano para saber se este ou outro filme nacional vai conseguir, enfim, trazer a estatueta para nosso país.
Atualizado em 6 Set 2011.