Guia da Semana


Como os filmes produzidos em Hollywood chegam ao Brasil muita gente sabe: distribuidoras internacionais trazem os lançamentos que se destacaram nos cinemas norte-americanos. Estes títulos de grande apelo chegam ao país com uma forte campanha de marketing, atores e cineastas renomados, além da tutela de companhias como Fox, Warner, Buena Vista, entre outras.

Mas, e o inverso? Como os longas brasileiros chegam ao mercado internacional? O que faz uma empresa de um país europeu ou da América do Norte se interessar em comprar um longa produzido no Brasil para ser exibido em suas terras? Uma das maneiras, que inclusive foi levada ao Festival de Berlim 2008, é o programa Cinema do Brasil, que agrega 95 produtoras associadas.

O presidente do programa, André Sturm, explica que, no entanto, este não é o único meio de um filme brasileiro entrar no exterior. "Produtores podem atuar isoladamente. Não somos um programa único. Atuamos de maneira a estimular a presença do cinema brasileiro no exterior. Com certeza essa atuação tem ajudado no aumento de filmes brasileiros nos principais festivais internacionais, algo que nunca aconteceu antes. Mas, com certeza, a qualidade dos filmes é fundamental", argumenta.

O programa Cinema do Brasil foi criado em 2006 e conta com apoio do governo. Entre os principais focos de ação são os festivais internacionais, onde o projeto visa conseguir negócios para produtoras brasileiras. Ainda tem como meta promover um intercâmbio, estimulando a co-produção de filmes entre países.

Para se ter uma idéia, no Festival de Berlim o programa levou 25 produtoras associadas e montou um estande. Uma extensa agenda de encontros e eventos com possíveis clientes foi planejada. A exibição de oito filmes também está entre os compromissos, entre eles Cidade dos Homens, de Paulo Morelli, e O Signo da Cidade, de Carlos Alberto Ricelli. A intenção é que todos estes contatos, somados à participação de Tropa de Elite na competição pelo Urso de Ouro, sejam revertidos em negócios futuros.

André Sturm ressalta que a função fundamental do projeto não é fazer negócios e sim atrair oportunidades para empresas brasileiras. Os resultados até agora somam US$ 43 milhões em vendas e co-produções, desde 2006, e contratos de produtoras associadas com 27 países.

Sturm ainda completa que a atuação do Cinema do Brasil promovendo o país como pólo de negócios para o audiovisual deve ter colaborado para que as produções Cegueira, de Fernando Meirelles, e Incrível Hulk, de Louis Leterrier, ambas inéditas, tenham sido rodadas em parte no Brasil.

Atualizado em 6 Set 2011.