Quando o título do filme “Um Amor a Cada Esquina” começa a se formar na tela, letra por letra, ao som de jazz, uma sensação de déja-vu percorre o espectador. Outro Woody Allen, tão pouco depois de “Homem Irracional”? Parece, mas não é. O filme, uma comédia farsesca de timing afiado, é na verdade o primeiro longa de Peter Bogdanovich depois de praticamente vinte anos afastado dos cinemas.
Imogen Poots, jovem atriz de “Need For Speed”, “Namoro ou Liberdade” e “Uma Longa Queda”, é quem lidera o elenco, formado por nomes muito mais experientes como Owen Wilson, Jennifer Aniston e Kathryn Hahn. Mas ela não desaponta – pelo contrário, é Poots quem segura o humor e garante a maior parte das risadas ouvidas na sala de cinema.
Poots interpreta Isabella Paterson, uma atriz que, durante uma entrevista a uma jornalista visivelmente entediada, revela que foi prostituta antes de seguir a carreira artística. Mas a imaginação de Izzy, como ela gosta de ser chamada, é surpreendentemente romântica – inspirada por ninguém menos que Audrey Hepburn – e, ao invés de prostituta, sua ex-profissão ganha o título de “musa”.
Durante um encontro com um cliente, Izzy recebe a oferta de investir 30 mil dólares em seu sonho (o de se tornar atriz), com a condição de largar a noite. Seu benfeitor é o diretor de teatro Arnold Albertson (Wilson) e, como descobriremos mais à frente, essa não é a primeira vez que ele ajuda uma donzela.
Os problemas começam quando Izzy vai ao seu primeiro teste de elenco: justamente na peça em que Arnold e sua esposa, Delta (Hahn), estão trabalhando. Para piorar, ela se sai muito bem e Delta insiste para que a garota seja contratada.
As confusões amorosas vão se complicando à medida que cada novo personagem é apresentado: o roteirista (Will Forte), a psicóloga (Aniston), outro ator (Rhys Ifans), um ex-cliente desesperado de Izzy (Austin Pendleton)... Todos têm alguma relação que se complica com a chegada da atriz.
“Um Amor a Cada Esquina” faz jus ao nome e ao elenco: além de Poots, Aniston está excepcional como a psicóloga sem paciência nem ética profissional. Wilson apenas repete seu papel de sempre (o cara de bom coração que, às vezes, se deixa levar pelo momento), mas convence. O longa é uma opção agradável para quem gosta de comédias um pouco mais adultas, mas despretensiosas. Estreia no dia 15 de outubro nos cinemas.
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Por Juliana Varella
Atualizado em 18 Out 2015.