De Los Angeles
Depois da desaceleração dos filmes de fantasia que assolou Hollywood nos últimos anos, o gênero conseguiu um respiro e começa a retomar ritmo aos poucos e, felizmente, com critério. A Ilha da Imaginação é um dos filmes fruto desse novo momento. Sem pressa, bom-tom e bastante criativo, o longa-metragem estrelado por Abigail Breslin ( Pequena Miss Sunshine) e Gerard Butler ( 300) demonstra que ainda há pessoas com boas idéias na indústria cinematográfica.
Logo de cara, uma abertura com personagens simulando um livro ilustrado infantil define que, em A Ilha da Imaginação, tudo pode acontecer! De súbito, uma tragédia: a mãe de Nim (Abigail), apaixonada pelo mar, é engolida por uma grande baleia e nunca mais é vista. Resta à garota e a seu pai Jack (Butler) velejar pelo mundo em busca da tal baleia, mas, depois de circunavegar o globo algumas vezes, eles firmam residência numa ilha inabitada no meio do Pacífico Sul.
Além das descobertas e artigos de Jack, essa família sólida e unida ao extremo é embalada pelas histórias do herói Alex Rover, um aventureiro à la Indiana Jones que rodou o mundo, lutando contra bandidos e escapando da morte certa. Butler interpreta também o herói, que preenche os sonhos da pequena Nim e é também a representação de tudo que a escritora Alexandra Rover (Jodie Foster) tem medo, afinal, para ela, até mesmo abrir a porta de casa é algo impensável.
Essa mistura inusitada deveria resultar num filme óbvio sobre relações familiares, mas tem suas surpresas. Com momentos de Robinson Crusoé, Nim conta com a imaginação fértil para lutar por sua ilha e, claro, imaginar saídas para situações complicadas. Mas ela não se esconde atrás da fantasia. Nim é a primeira a correr em direção ao perigo e, mesmo quando fica sozinha, consegue encontrar meios de se defender e, claro, pedir ajuda.
O espectador acompanha as três jornadas: Nim amadurecendo por conta própria; Jack expandindo seus horizontes e lutando para cumprir uma importante promessa; e, a mais interessante de todas, Alexandra se descobrindo aos trancos e barrancos para mesclar seu alter ego com sua vida real. Jodie Foster se deu muito bem com a comédia nesse caso.
Há objetividade na condução de Nim´s Island. O roteiro é previsível, mas honesto. Cumpre o que se dispõe: é boa opção para famílias. E é garantia de ingresso fácil, já que o blockbuster concorrente vai monopolizar as atenções. Boas risadas e mensagem positivista nunca são demais.
Quem é o colunista: Fábio M. Barreto adora escrever, não dispensa uma noitada na frente do vídeo game e é apaixonado pela filha, Ariel. Entre suas esquisitices prediletas está o fanatismo por Guerra nas Estrelas e uma medalha de ouro como Campeão Paulista Universitário de Arco e Flecha.
O que faz: Jornalista profissional há 12 anos, correspondente internacional em Los Angeles, crítico de cinema e vivendo o grande sonho de cobrir o mundo do entretenimento em Hollywood.
Pecado gastronômico: Morango com Creme de Leite! Diretamente do Olimpo!
Melhor lugar do Brasil: There´s no place like home. Onde quer que seja, nosso lar é sempre o melhor lugar.
Atualizado em 6 Set 2011.