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Banda de jovens dos anos 80 se apresentam em cena de Podecrer! |
Com 18 anos em 1981, Arthur Fontes tinha como uas principais preocupações a diversão, aproveitando o momento em que o Brasil deixava de ser tão rigoroso, apesar de ainda estar vivendo uma ditadura militar. Mais de 25 anos depois, o diretor passa um pouco do que viveu para as telas através de Podecrer!, o filme com Dudu Azevedo e Maria Flor, baseado no romance homônimo de Marcelo O. Dantas.
A história de uma banda de rock que tenta os primeiros passos, fazendo shows no colégio, para os amigos, remete a algo bastante comum na época. O ano seguinte, 1982, foi o do surgimento de músicos importantes para o rock dos anos 80, como Blitz, Paralamas do Sucesso, Lobão, Legião Urbana, Titãs, Ira!, entre outros. "Todo esse movimento do Rock Brasil estava sendo gerado em 81", diz o diretor, que completa dizendo que naquela época estas bandas estavam dando shows como a do filme.

É esta descontração que garantiu a qualidade do filme, segundo Dudu Azevedo, o João, que diz achar "impressionante como o ambiente foi determinante para o resultado". Marcelo Adnet, um dos últimos atores escalados, fazendo o personagem Tavico, revela que o diretor teve muita influência nisso. "Quando o diretor pesa o set de filmagens, quando ele usa a sua autoridade, o ator fica travado, mas o Arthur é um cara calmo", afirma.
Isto foi o que mais chamou a atenção do elenco para a produção. A intérprete de Duda, Júlia Gorman, diz que nunca achou tão divertido ir ao colégio como durante as filmagens. Silvio Guindane, um dos primeiros atores a ser selecionado, no papel do cômico PP, concorda e diz que este ambiente leve vem desde o começo. Pela ausência de pressão e pelo clima de amizade, foi muito rápido que todos se integrassem à equipe. "No primeiro dia de set, duas horas da tarde, a gente já era uma família", afirma Silvio.

Em Podecrer!, a amizade entre os personagens é quase como a dos atores. A história fala de temas mais sérios, como o aborto e as drogas, sem deixar um clima pesado, apenas mostrando por cima como era um ano na vida de jovens da época. O roteirista e autor do livro, Marcelo O. Dantas, tinha a mesma idade do diretor em 1981. "Provavelmente a gente deve ter ido às mesmas festas, à mesma praia, mas ele não era meu amigo, a gente só se conheceu depois que ele escreveu o livro", diz Arthur. Assim, ficou mais fácil de os dois retratarem o clima que envolve a obra.
Atualizado em 6 Set 2011.