Guia da Semana

Fotos: Divulgação
O diretor Luiz Alberto Pereira orienta o ator Leonardo Bricio durante as filmagens.

Herculano Fontes (Leonardo Bricio) é um renomado astrólogo contratado por uma rede de TV para ajudar a compor o elenco de uma badalada novela. A missão do personagem é entrevistar dozes atrizes, cada uma de um signo, e selecionar as mais adequadas. Porém, tarde da noite, ele recebe a visita de um senhor bem irônico e misterioso (Paulo Betti), que diz ser, nada mais, nada menos, do que o próprio Destino. O encontro tornará o trabalho de Herculano, que parecia simples, muito complexo. Este é o mote da comédia As Doze Estrelas, longa-metragem com roteiro e direção assinados por Luiz Alberto Pereira.

Segundo ele, a ideia de escrever o roteiro surgiu por notar a forte ligação que as pessoas, em geral, têm com a astrologia. "Essa ciência acompanha o ser humano há mais de 10 mil anos. Vejo que as pessoas leem horóscopo, alguns acreditam, outros não, enfim, o público tem uma relação muito interessante com o tema". Para compor o elenco do longa-metragem, que chega às telas de cinema no Brasil em 13 de maio, o diretor procurou por doze atrizes, cada uma de um signo do Zodíaco, com o intuito que elas representassem as características dos seus respectivos horóscopos na história.

Assim, chegou até a ariana Marta Guerra, a taurina Paula Franco, a geminiana Mylla Christie, a canceriana Martha Meola, a leonina Gabrielle Lopez, a virginiana Francisca Queiroz, a libriana Carla Regina, a escorpiana Leona Cavalli, a sagitariana Adriana Alves, a capricorniana Rosanne Mulholland, a aquariana Silvia Lourenço e a pisciana Djin Sganzela. "Isso facilitou muito até para o próprio ensaio do longa, porque algumas delas falavam 'Nossa, essa parece eu mesma'! Elas acabaram se identificando com o próprio personagem que representam", explica o diretor.

Acaso do destino

O ator Paulo Betti interpreta o misterioso personagem Destino no longa-metragem.

As Doze Estrelas foi rodado no polo cinematográfico de Paulínia, interior de São Paulo, e ainda em Mairiporã e Lagoinha - também em São Paulo -, além de Portugal. Pereira conta que as cenas finais foram filmadas naquele país por puro acaso do destino. "Pedi para o pessoal procurar um convento, pois as cenas são num corredor e gostaria de um lugar bonito, no estilo de um convento", diz.

"Quando jogaram na internet 'convento em São Paulo', que era a cidade mais fácil para filmar, apareceu o Convento de São Paulo. Achei lindo, um lugar cheio de história, mas era em Portugal". Para que, por fim, a sequência fosse filmada em terras lusitanas, o filme acabou contando com o apoio do Instituto Português de Cinema.

Críticas

O filme As Doze Estrelas abriu a competição do Festival de Cinema de Paulínia em 2010 e não foi tão bem recebido pelos críticos. Entre outros comentários, disseram que era um "absurdo astrológico" e "avacalha com a telenovela". Na opinião do diretor, a crítica sempre tem razão no que fala, ao menos para ela mesma. "Acho um trabalho muito importante, mas o que acontece no Brasil é que quando os críticos falam muito bem do filme, ele não dá público. Agora, se falar mal, pode-se ter público ou não. E meu objetivo não são eles, mas sim o público".

Após essa primeira exibição, Luis Alberto Pereira diz que alterou a edição final de uma situação específica do filme, mas sem ter relação com o episódio de Paulínia."Insistiram para eu colocar o longa para abrir o festival, pois o público queria ver. Disse que tudo bem, que ainda estava trabalhando nele, mas que tinha sido finalizado". E revela. "Mas tudo bem, agora que mexi nessa parte o que não gostava já está resolvido".

A estrela de Sagitário



Uma das atrizes que participam de As Doze Estrelas é Adriana Alves que, na história, dá vida a sagitariana Walquíria Passos. Nesta entrevista ao Guia da Semana, ela fala sobre a experiência de participar do filme, diz como foi filmar um outro longa-metragem em Moçambique, na África, e ainda conta aos leitores quais são seus próximos projetos profissionais.

Guia da Semana: Como surgiu o convite para participar de As Doze Estrelas?
Adriana Alves: Foi divertido, porque fiquei sabendo que fui a última atriz a ser convidada para fazer o filme. A produção ainda não tinha nenhuma atriz sagitariana e não sabiam quem chamar. Fiquei sabendo que me indicaram para o diretor após fazerem uma pesquisa, acho que até na internet, sobre as atrizes, os signos, enfim, e viram que eu era sagitariana. Assim, quando me olhou, ele disse: é você.

Guia da Semana: Por que topou participar do projeto?
Adriana Alves: Achei diferente, pois é um roteiro leve e original. Também foi interessante porque o diretor buscou as atrizes em cima das características de cada signo do zodíaco, acreditando que isso fosse funcionar no filme. Ainda é diferente de tudo o que estamos acostumados a ver no cinema nacional. Por isso, penso que as pessoas que gostam dessa magia da astrologia e da leveza, vão curtir o filme.

Guia da Semana: Fale um pouco de sua personagem, Walquíria Passos.
Adriana Alves: Ela é uma mulher super extrovertida, que gosta de viajar, experimentar coisas diferentes, novas culturas, enfim, coisa de sagitariano mesmo [risos]. E foi muito engraçado, porque, quando fui visitar o Gal [apelido de Luiz Alberto Pereira, diretor do filme], estava com um penteado diferente, usando tranças, e ele amou, pois me disse: "Eu quero que você faça o filme assim". Achei ótimo e concordei em fazer daquele jeito. Na semana seguinte, tive que fazer uma prova de figurino e ele me encontrou novamente. "Adriana, mas seu cabelo está diferente, inclusive, eu quero assim". Lembro que falei "Ok, Gal, então você decide" [risos]. Acho que ele nem lembra mais dessa história, mas foi muito engraçado, pois toda hora ele gostava do meu cabelo de um jeito.

Guia da Semana: O personagem principal da história, Herculano, acaba se envolvendo em várias confusões durante a história, inclusive com as atrizes selecionadas para a novela. A sua personagem se relaciona de que modo com ele?
Adriana Alves: Na verdade, algumas delas têm um relacionamento amoroso com Herculano, outras servem mais como conselheiras, e algumas o deixam mais confuso. A minha personagem entra num papel mais de apaziguadora, porque chega num momento em que a produção está estressadíssima, briga com o Herculano, quer mandar ele embora. E, como a Walquíria vê tudo a distância, acredita que ele é um cara sério, que faz um trabalho bacana e que só não a encontrou porque ela estava viajando. Então, Walquíria briga com todo mundo, colocando todos em seus devidos lugares.

Guia da Semana: E ela tem muitas características da sagitariana?
Adriana Alves: Totalmente! Falamos as coisas meio sem pensar mesmo, doa a quem doer. E eu penso que esse imediatismo funciona, na medida em que não temos que perder muito tempo brigados com as pessoas ou acreditando que as coisas menores prevaleçam. Tem que resolver logo e viver a sua vida, pois o tempo é curto e não sabemos o que vai acontecer amanhã. Isso bem coisa de sagitariana mesmo.

Guia da Semana: Durante a sua carreira, além de televisão, teatro e apresentação de programas, você já fez até cinema em Moçambique. Como foi essa experiência?
Adriana Alves: Moçambique foi muito legal. Há um ano e meio fui convidada para fazer um longa-metragem chamado O Último Voo do Flamingo, dirigido pelo João Ribeiro. Achei o roteiro incrível, baseado na obra original do Mia Couto, um escritor super conhecido em Moçambique. O elenco é misto, e fui a única brasileira ao lado de atores da Itália, Portugal e de Moçambique mesmo. Foi uma grande surpresa para mim [o convite], porque vivemos no Brasil e não temos muita noção do que as pessoas sabem sobre nosso trabalho e do próprio país fora daqui. Achamos que eles só conhecem carnaval, praia e mulheres lindas, mas não é apenas isso. Eles têm uma grande admiração por nosso trabalho e conhecem os atores brasileiros, em função das novelas.

Guia da Semana: E o povo de Moçambique te recebeu bem?
Adriana Alves: O clima é parecido com o nosso, mas três vezes mais quente. Cheguei receosa, pois não sabia se ia conseguir fazer amigos, e tive uma surpresa logo no aeroporto. De dentro do avião já comecei a dar autógrafos e, até o último dia, eu não podia sair na rua sozinha. Isso porque estava passando no país uma novela da qual participei, chamada Duas Caras (da Rede Globo), e as pessoas ficaram encantadíssimas com a personagem. Foi muito bacana, curti muito fazer o filme e fiz muitos amigos em Moçambique. Voltei lá para a estreia do longa e, se bobear, volto lá para trabalhar mais vezes.

Guia da Semana: Quais são seus próximos projetos?
Adriana Alves: Eu continuo fazendo cinema, mas não tenho nenhum projeto em especial agora. O que tenho são textos que os amigos me sugeriram, mas que ainda estão na fase de captação. Então, tem que esperar um pouco. Quanto a teatro, penso em fazer até o final do ano, ou no início de 2012, um projeto em comum com uma amiga chamada Ana Paula Vieira. Seria uma comédia leve, curtinha e com pouco personagens, que acho que vai dar muito certo. Já TV é uma caixinha de surpresas, ainda não sei o que vai rolar. Mas sempre, em paralelo, continuo participando de eventos, apresentando e fazendo desfiles.


Atualizado em 6 Set 2011.