Guia da Semana

Não é de hoje que o universo natalino serve como grande fonte de inspiração para roteiristas de cinema. De filminhos açucarados a fortes cargas dramáticas, lá está a data. Pensando nisso, dez jornalistas do Guia da Semana indicou filmes, de infantis e nacionais, que abusam do contexto. Vale dar uma espiada, passar na locadora e curtir uma bela sessão pipoca.

Milagre na Rua 34 (Miracle On the 34th Street, 1947 e 1994)
Por Rafael Gonçalves


Um louco? Um personagem? Ou somos todos loucos por perdermos a magia que carregamos na infância? É nessa atmosfera que acontece o Milagre na Rua 34. Em duas versões, uma de 1947 e outra de 1994, o filme mostra um senhor que é contratado para ser o Papai Noel de uma loja, cuja dona não acredita no bom velhinho (que é tido como louco e levado até a julgamento!) e pior: ainda ensina sua pequena filha que é tudo mentira! Um ótimo filme de Natal, nas duas versões. Afinal, quem nunca acreditou em Papai Noel?


Feliz Natal (Feliz Natal, 2008)
Por Marjorie Ribeiro

Estréia na direção de longa-metragens de Selton Mello, Feliz Natal não tem nenhum espírito natalino. Melancólico e indigesto, o filme revela as amarguras e solidão de personagens complexos e infelizes enquanto faz uma crítica à "sociedade do vazio". Apesar de pecar pelo exagero da composição cinematográfica, Feliz Natal prima pela temática bem diferente da maioria dos filmes sobre a data.


Um Conto de Natal (Un Conte de Noel, 2008)
Por Cynthia Calhado


Determinada vertente de filmes natalinos usam como pano de fundo a época para contar a história de famílias disfuncionais que se reúnem para trocar acusações mútuas e acertar as contas com o passado. O drama francês Um Conto de Natal, do diretor Arnaud Desplechin, segue esta linha. O roteiro gira em torno da escolha de um doador, entre os familiares compatíveis, para a realização de um transplante para a mãe que está com câncer. O tom irônico, por vezes amargo que o filme adquire em certos momentos é suavizado com toques de comédia. Um de seus pontos altos é o elenco irretocável, que inclui o queridinho do cinema francês Mathieu Amalric, Catherine Deneuve e sua filha com Marcelo Mastroianni, Chiara Mastroianni. Inclusive, Deneuve ganhou prêmio especial no Festival de Cannes 2008 por sua interpretação no longa.


O Grinch (The Grinch, 2000)
Por André Nicolau

Um filme que, sem dúvidas, traz boas lembranças e resgata um pouco do espírito natalino é o clássico Grinch. A adaptação apresenta o amargurado Grinch (Jim Carrey), que odeia o Natal e resolve criar um plano para impedir que os habitantes da pequena cidade de Quemlândia possam comemorar a data. No entanto, ao perceber que a essência da comemoração não está na troca dos presentes ou mesmo na tradicional ceia do dia 24, mas no sentimento de confraternização, afetividade e valorização de amor ao próximo, o personagem deixa se contagiar pela magia da festa natalina.


Esqueceram de Mim (Home Alone, 1990)
Por Diego Dacax


Quando se fala em Natal, o primeiro filme que me vem à cabeça é Esqueceram de Mim - o original. Não tem justificativa estética nenhuma. Eu curtia mesmo a pancadaria e as artimanhas com que o pivete vivido por Macaulay Culkin recebia os seus indesejados visitantes na noite natalina. Ensinamentos fundamentais para qualquer moleque que se preze. Além disso, o filme me pegava por conta do sentimento - piegas - associado a esta época do ano. Até hoje eu não consigo fugir disso. Por mais que eu resmungue contra a data em que por uma convenção comercial se comemora o nascimento do menino Jesus, esse sentimento permanece. Sinto pelos outros, pelo mundo - sou capaz de sentir dó até do Maluf. Essa relação de "amor e ódio" é meio parecida com a que tenho com o Esqueceram de Mim. A estrutura do filme é um lixo, previsível, hollywoodiana ao extremo, mas eu gosto. Fazer o quê...


Um Homem de Família (Family Man, 2000)
Por Angela Miguel

No estilo de contos de Natal, a obra Família traz a história de um homem bem sucedido e superficial que encontra um anjo e é transportado para uma diferente versão de sua vida. Condizente com o clima da época, o filme remete a temas como união, família e reflexão. Chocado com a nova realidade, ele percebe que a escolha do passado mudou completamente o rumo de sua vida e seu conceito de felicidade. Mais que dinheiro (e aqui vale comparação com o famoso conto O Avarento, de Molière), a vida necessita de amor - e nada mais natalino do que a celebração do amor familiar.


Felicidade Não Se Compra (It's a Wonderful Life, 1946)
Por Ravi Santana


Mesmo após mais de seis décadas, o clássico de Frank Capra ainda pode ser considerado o filme que melhor capta o espírito natalino. Nele, conhecemos o bondoso George Bailey, que passa por um momento difícil de sua vida na véspera de Natal. Desesperançado, pensando em suicídio, ele é abordado por um anjo que lhe mostra como seria o mundo se ele não existisse. Por mais que possa ser vista como careta e moralista, comum em uma América pós-guerra, a obra emociona e enche o público de esperança, principalmente nesta época de festas.


Férias Frustradas de Natal (Christmas Vacation, 1989)
Por Meriane Morselli

Sempre passa na TV por assinatura na época do Natal e ilustra muito bem aquela ânsia de termos um Natal perfeito e que não dá certo. Que família nunca passou por isso? O filme é cheio de situações engraçadas, afinal tem o Chevy Chase que eu, particularmente, dou risada só de olhar para a cara dele.


Simplesmente Amor (Love Actually, 2003)
Por Alessandro Fiocco


A data é mero pretexto para ilustrar diversas facetas do amor. Há a esposa traída, o garotinho apaixonado pela coleguinha de classe e até o Primeiro Ministro da Inglaterra que cai de quatro por sua secretária. O elenco é estelar: Hugh Grant, Emma Thompson, Colin Firth, Keira Knightley, Laura Linney e até o nosso Rodrigo Santoro, além de mais alguns grandes nomes. Ao final, entre desilusões e finais completamente possíveis - como na vida real - o recorte serve para que todos, de uma forma ou de outra, sigam em frente.


O Expresso Polar - (The Polar Express, 2004)
Por Nathália Salomoni

O Expresso Polar aborda um tema raro para as crianças nos dias de hoje: a crença no bom velhinho. Em uma multi-interpretação de Tom Hanks, um garoto embarca em uma viagem num trem rumo ao Pólo Norte. A animação não foi tão bem aceita pelos críticos, mas deu início a uma nova geração de filmes com a captação de atuação, técnica que permite que as encenações ao vivo guiem as expressões e os movimentos dos personagens digitais.


Fotos: divulgação

Atualizado em 6 Set 2011.