Carros, mulheres bonitas e grandes cenas de ação. A santissima trindade dos filmes voltados para o publico masculino desde - bem, desde sempre - é o que sustenta a adaptação da franquia de jogos Need for Speed, de Scott Waugh.
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Apesar de apostar nesta velha receita, o longa arrisca sair um pouco de sua zona de conforto, acertando às vezes, mas também dando suas derrapadas (sem drifting incluso). O Guia da Semana assistiu ao filme e te conta um pouco mais. Confira:
Perseguição quente
Aaron Paul (o Jessie, de Breaking Bad) é Tobey Marshall, um piloto de rua. Após um racha que resulta na morte de seu grande amigo, ele passa dois anos na prisão. Quando é solto, planeja participar de uma corrida do submundo para encontrar o culpado do acidente.
Comparado com a crescente megalomania dos assaltos e corridas da franquia "Velozes e Furiosos", "Need for Speed" chega a ser uma obra quase intimista (dado seu devido contexto, claro).
Há de se admirar o esforço da equipe em tentar fazer do filme algo um pouco fora da curva. Sempre que possível, os enquadramentos valorizam a fotografia da cena, dando tempo para o espectador se perder nos incríveis cenários por onde os carros se deslocam.
Feel the Need for Speed, bitch!
Um dos maiores méritos do longa é atuação de Aaron que, de tão intenso, sai da superficialidade do roteiro para dar vida a seu personagem. Nada muito diferente do que já fez em Breaking Bad, mas muito válido aqui.
No elenco feminino, não há espaço para ninguém além da incrivelmente bela Imogen Poots. Também merece destaque o veterano Michael Keaton, que, de tão exagerado, conquista o publico no carisma de sua canastrice.
Se o casting foi bem realizado, o mesmo não podemos dizer do roteiro. Há um problema de estrutura muito grande, que alonga o primeiro ato e faz o filme parecer que não vai começar nunca.
A trama se encaixa apenas da metade em diante, quando sai do tom soturno para virar um road-movie de perseguição. Algumas motivações também não parecem fazer sentido, mas são salvas pela qualidade de seus intérpretes, que emprestam a seriedade necessária à situação. “Vou me vingar com uma corrida” - difícil levar a sério né?
O melhor filme baseado em video game já feito
Não dá para julgar um filme como "Need for Speed" por seu roteiro. Esta é a última coisa que seu público espera dele. As atenções aqui vão para a direção de Scott, Waugh que foi o dublê responsável pelas perseguições de carro em “xXx”, “Bad Boys 2” e “Uma Saída de Mestre”.
O diretor aproveita da melhor forma possível cada curva, rampa ou batida para construir a tensão em suas perseguições. Os fãs podem reclamar que o filme não tem tantos carros comos os jogos costumam ter, mas as máquinas apresentadas são exploradas ao máximo.
No fim, "Need for Speed" pode não ser o melhor filme de corridas já feito, mas disputa entre os mais bonitos e, com certeza, é umas das melhores adaptações de games já produzidas. Não que isso seja muita coisa.
Assista se você:
Não assista se você:
Por Edson Castro
Atualizado em 13 Mar 2014.