
Como diria Denise Molinaro, as pessoas têm de ser apresentadas para a realidade. Não adianta fantasiar. Ok, no mundo do cinema temos a ficção, a chance de ultrapassar a realidade e fazer as coisas mais malucas acontecerem. Neste quesito, os filmes nos levam ao futuro, de volta ao passado, a outros mundos, a ter contato com mortos, entre outras coisas que só são possíveis na imaginação ou na tela grande.
Mas, por que toda comédia romântica tem que ter um final feliz? Sempre aquela mesma coisa: o casal se conhece, geralmente não combina, passa por poucas e boas e não importa tudo que o destino vier a impor no futuro... eles sempre vão terminar juntos. Nunca duvide do final previsível de uma comédia romântica. Só eu sei o quanto eu torci para que Diane Keaton ficasse com o gato de Keanu Reeves em Alguém tem que Ceder. Por que ela ficou com o Jack Nicholson? Muito mais acabado e enganador do que o Keanu? Não achei justo.
Em Eu os Declaro Marido e... Larry! a mesma coisa, não achei correto. Os dois forjam um casamento gay para conseguir colocar os filhos de um deles, que é viúvo, como beneficiários do outro caso ele venha a falecer. Ou seja: desfrutar ilicitamente dos benefícios que o governo dos EUA prevê para os homossexuais. História vem, história vai e eles não foram punidos por isso!!! Que nem a Bebel, que sacaneou todo mundo e saiu linda na foto no fim.

De qualquer forma, odeio os superespertos, que sempre falam que já sabem quem é o assassino por mais surreal que venha a ser a revelação depois. A pretensão é um dos problemas da humanidade e minhas observações empíricas sobre o assunto só estão confirmando a teoria. Algumas (muitas) pessoas deveriam estar em Hollywood escrevendo roteiro e ganhando milhões já que são tão brilhantes.
As tramas bem feitas, aliás, andam em extinção. Difícil encontrar um filme que desafie a nossa inteligência e coloque para pensar. Basta olhar para a lista dos filmes mais vistos e lá está o óbvio do óbvio, vide que (pasme!) Didi é um dos maiores arrecadadores de bilheterias do país. Não que tudo seja uma porcaria, mas o espaço para lançamentos um pouco fora do circuito comercial é apertado e muitas vezes vazio.

Claro que o cinema existe para trazer o impossível, o improvável, o surpreendente. Se não fossem os crimes de mestre, as pistas falsas, os vilões escondidos, não seria cinema e sim vida real. E como a vida real já é muito dura, nada melhor que um filme para trazer a fantasia. É que alguns finais de filme são revoltantes mesmo. Mas, impossível agradar a todos. Principalmente a mim! Brincadeira...
Fotos: Divulgação e www.sxc.hu

O que faz: jornalista, 26 anos.
Pecado gastronômico: bacon (aquele que demora 12 horas para digerir, um verdadeiro vilão da vida saudável!)
Melhor lugar de São Paulo: O melhor de São Paulo é São Caetano do Sul (sim, eu sou bairrista).
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Atualizado em 6 Set 2011.