Guia da Semana

De Los Angeles


Foto: Divulgação

Rachael Taylor ainda é um nome pouco conhecido do grande público, mas, sem dúvida, já entrou nos radares dos nerds de plantão. Ela interpretou a loirinha genial que descobre o sinal alienígena dos Decepticons em Transformers e agora está num papel principal em Imagens do Além. Sua atuação é consistente, a personagem convence e ela demonstrou ser uma das jovens atrizes com mais cabeça no lugar e inteligência dos últimos tempos. Confiram bate-papo com a atriz da Tasmânia!

Fábio Barreto: Já pensou que um dia você agarraria o Pacey, de Dawson´s Creek ?
Rachael Taylor:
Tudo demora um pouco mais pra acontecer na Tasmânia, então, eu perdi toda essa coisa de Dawson´s Creek. Mas você acredita que muitas amigas minhas ficaram enciumadas quando souberam disso? Não posso reclamar, mas nunca tinha pensado nisso (risos).

Você é uma pessoa cética? Mudou de opinião com o filme?
Rachael Taylor:
Não sou muito cética, mas acabei entrando na linha de pensamento que o filme sugere. É uma conexão sentimental e emocional que falamos aqui. Não que tenha vivenciado, mas todo mundo já entrou num quarto ou numa casa meio assustadores, sentiu calafrios ou coisas do gênero. Ou, então, você entra em algum lugar bem positivo e adorável. Faz algum sentido esse pensamento de que formas de energia estão por aí. É uma manifestação de karma, mas tirando a parte metafísica da história.

Então, você acredita em karma?
Rachael Taylor:
Ter esse tipo de barreira social e mental ajuda a ter uma vida boa, sabe. Seria ótimo se todas as culturas pudessem compartilhar esse conceito de se comportar bem e respeitar a todos para não ser "perseguido" por algum espírito ou, pior, para não ter que perseguir alguém depois que morrer. Infelizmente nos falta um pouco dessa noção de respeito.

Estamos vivendo essa onda de remakes orientais e os filmes de terror sempre estão por aí. A que você atribui a importância desse gênero?
Rachael Taylor:
Filmes de terror revelam sempre uma impressão interessante, pois, por pior que você imagine que possa ser seu problema pessoal, o filme mostra que ele ainda pode ser muito pior. Isso pode ser revigorante, sabe. É por isso que sempre funciona, promove reinvenções, diversas ondas de remakes - como a que vivemos - e reconecta o público com aqueles instintos básicos de medo e sobrevivência.

Do que você tem medo?
Rachael Taylor:
Por ser australiana, tenho medo de ficar sozinha no meio do nada. Acho que sou forte e resistente, mas ficar perdida no meio do deserto, uma coisa como Wolf Creek, por exemplo, me apavora absurdamente!

E Hollywood assusta você?
Rachael Taylor:
Minha carreira ainda é bem curta. Embriônica, eu diria. Não tenho ilusões. Só fiz dois filmes importantes. Sempre adorei a idéia de atuar, comecei com dezesseis anos e sempre tive muita ambição nesse sentido. Fiz quatro anos de cinema e TV lá. Mudei para Sidney e, logo que cheguei a Los Angeles consegui um papel no primeiro filme que tentei.

Que, por acaso, é Transformers.
Rachael Taylor:
Ainda tenho muito que fazer, encontrar diretores que vão exigir mais de mim e me aprimorar. Esse é o plano. Hollywood é mais acessível do que eu imaginava. A gente ouve todas aquelas histórias sobre gente que não deu certo e sofreu muito, mas é possível conseguir as coisas por aqui. Mas devo dizer que tive sorte até agora. Mas o futuro ainda promete. Assim eu espero.

Trabalhar no Japão foi difícil por não saber a língua e não conhecer a cidade?
Rachael Taylor:
Foi uma delícia trabalhar no Japão, especialmente por não ser a típica "loira comum". Você sente como se não deixasse rastros naquela cidade. Curiosamente, a reação foi positiva e agradável, me senti livre.

Nesse início de carreira deve haver muita oferta de papéis. Você tem muito trabalho vindo por aí?
Rachael Taylor:
Na verdade, penso o contrário, eu acredito que tenha que dizer não para muita coisa e selecionar direito o tipo de papel que quero ligado ao meu rosto. Imagens são formadas muito rapidamente em Hollywood e erros demoram anos para serem amenizados. Logo, logo aparecerei num filme com Alan Rickman e Bill Pullmann [ Bottle Shock], que é totalmente o oposto de Imagens do Além. Quero variar bem e construir algo, não abraçar o mundo de uma só vez. Não que seja preciso ser chata e ver defeito em tudo, mas é preciso que se tenha bom-senso. De qualquer forma, é fácil saber quais os projetos ruins.

  • Veja também a crítica do filme

    Fotos: Divulgação

    Leia as entrevistas anteriores do nosso correspondente:

  • Hayden Christensen: Protagonista de Awake - A Vida por um Fio fala sobre sua carreira

  • Jessica Alba: Estrela comenta sua participação em O Olho do Mal

  • Freddie Highmore: Ator de 16 anos é considerado um dos mais promissores de Hollywood

    Quem é o colunista: Fábio M. Barreto adora escrever, não dispensa uma noitada na frente do vídeo game e é apaixonado pela filha, Ariel. Entre suas esquisitices prediletas está o fanatismo por Guerra nas Estrelas e uma medalha de ouro como Campeão Paulista Universitário de Arco e Flecha.

    O que faz: Jornalista profissional há 12 anos, correspondente internacional em Los Angeles, crítico de cinema e vivendo o grande sonho de cobrir o mundo do entretenimento em Hollywood.

    Pecado gastronômico: Morango com Creme de Leite! Diretamente do Olimpo!

    Melhor lugar do Brasil: There´s no place like home. Onde quer que seja, nosso lar é sempre o melhor lugar.

  • Atualizado em 10 Abr 2012.