
Há 12 anos, o médico Dráuzio Varella (foto) visita a região amazônica. Embora belíssimo, o passeio tem fins científicos: coletar amostras de plantas para descobrir novos medicamentos. A bordo de um barco-escola, passa por comunidades e conhece pessoas e suas histórias, que beiram o mundo da fantasia diante de tantas lendas e mitos da Amazônia. Numa destas expedições, em 2001, Dráuzio Varella e o cineasta estreante Luciano Cury se conheceram por acaso. Depois de tantos anos de idas e vindas e ouvindo histórias na região, surge a idéia de fazer um documentário: "O ponto de partida foi a experiência do Dráuzio, mas o formato final foi concebido em conjunto", conta Cury, que dirige o longa-metragem batizado de Histórias do Rio Negro.
Estes dois paulistas empreenderam uma aventura Rio Negro adentro em busca de depoimentos. "O objetivo era falar de questões cotidianas e mitologia. Não é um filme sobre saúde ou ciência, é sobre a população que vive à beira do rio", destaca o diretor. Entre os assuntos estão botos, curupiras, crenças e costumes. A viagem começa em São Gabriel da Cachoeira, no extremo noroeste do Brasil, e termina em Manaus. Foram 1,1 mil quilômetros percorridos no barco Escola da Natureza, num total de 20 dias de filmagens.

Um detalhado planejamento foi fundamental para garantir toda a infra-estrutura necessária para rodar um filme num canto tão remoto do Brasil. "Qualquer eventualidade destruiria o cronograma, não há como voltar do meio do Rio Negro para conseguir outra câmera", diz Luciano Cury. A equipe se esforçou para calcular deslocamentos, fazer estimativas e sair de São Paulo com todo o equipamento necessário. No local, a rotina era intensa, pois os trabalhos se iniciavam bem cedo e terminavam somente quando a luz natural acabava.

Histórias do Rio Negro estréia em São Paulo e Rio de Janeiro em 1º de junho.
Fotos: Divulgação
Atualizado em 6 Set 2011.