De Los Angeles

Fábio Barreto: Como sua carreira de atriz começou?
Sarah Bolger: Aos seis anos, eu fiz Dorothy em O Mágico de Oz, na peça da escola. Nesse dia eu senti que queria atuar, mas nunca havia pensado em ser atriz profissional. Quando Terra de Sonhos estreou [ela e sua irmã de verdade, Emma, atuam lado a lado com parte de uma família de imigrantes da Irlanda que se mudou para os Estados Unidos], tudo mudou em relação ao trabalho e começaram a me chamar para outros filmes.
Você foi convidada para Spiderwick?
Sarah Bolger: Mandei uma fita de teste e fui chamada para a leitura com o Freddie [Highmore]. Não achei que fosse dar certo, porque nós dois somos europeus. Tudo é americano no filme, era meio estranho a gente ali. Até conversamos bastante e tínhamos certeza de que não daria certo. Mas deu.
O diretor diz que não achou ninguém melhor que vocês...
Sarah Bolger: Não sei de nada! (risos)

Você é da Irlanda, terra das fadas e criaturas mágicas do folclore. Você cresceu ouvindo essas histórias, não é? E agora está numa delas!
Sarah Bolger: Com certeza. Uma das coisas que as crianças irlandesas sabem é sobre o folclore e nossa tradição. Existe uma delas, Finn McCool, que conta como esse herói da mitologia ganhou todo o conhecimento do mundo depois de ter comido um pedaço do Salmão da Sabedoria. Também existem todas as histórias sobre leprechauns e fadas, mas não tem nenhum leprechaum em Spiderwick. Ufa! (risos) Eles são arrepiantes!
Qual a cena mais difícil?
Sarah Bolger: Quando todos os goblins estão me atacando e eu tenho que agir como se estivesse acertando alguma coisa para valer. Chutando, cortando, etc. As cenas de susto também são complicadas, pois eu tenho que parecer realmente assustada e não tem nada ali.
Como é alternar entre o mundo do cinema e a vida normal? Família, escola, amigos?
Sarah Bolger: Eu chorei muito no último dia das filmagens. A equipe do filme parece uma família alternativa. É estranho. Você é jogado no meio daquele pessoal, que é bem legal, e, de repente, tem que recriar ligações com os amigos e, embora a gente não queira, as pessoas mudam. Não acho que eu tenha mudado tanto, mas continuo com minhas três grandes amigas desde sempre e a gente se acostuma. Na escola, faço todos os trabalhos que os professores pedem enquanto estou fora nas filmagens. Eles são ótimos comigo, não posso desapontá-los. E tem outra coisa: estudar é fundamental, quero ter uma boa profissão caso atuar não dê certo no futuro.
E em casa?
Sarah Bolger: Sabe, tudo isso é meio doido. Eu falo tanto, que meus pais mandam eu ficar quieta. Mas quem consegue ficar quieta depois que o Tom Cruise canta parabéns para você? Foi demais! Mas nem por isso eu saio por aí esnobando as pessoas e jogando na cara de todo mundo.

Sarah Bolger: Vim de Dublin para essa entrevista e não imaginei o tamanho do filme até ver todos os outdoors espalhados pela cidade, pontos de ônibus e em todos os lugares. Não tem como não pensar: nossa, eu só atuei. Agora tudo isso nasceu de um pedaço da minha vida. É grandioso demais.
Ficar "grandiosa demais" te preocupa?
Sarah Bolger: Um pouco, sem dúvida. Já é difícil balancear tudo depois de Terra de Sonhos, agora, então, pessoas já perguntam se eu vou mudar para Los Angeles, se vou me tornar atriz tempo integral e esse tipo de coisa. A cobrança parece exagerada às vezes.
Então, quer dizer, que você não tem planos de mudar ou assumir atuação efetiva?
Sarah Bolger: Não, quero terminar os estudos primeiro. Depois disso, atuar pode, ou não, ser um trabalho.
Você pratica esgrima no filme. Está afiada com a espada?
Sarah Bolger: Pode apostar! Não cruze comigo de noite! (Risos) Treinei cinco semanas com 4 horas por dia. Ajudou como exercício cardíaco. Foi ótimo! Recomendo para quem quer um esporte diferente! Adorei!

O que faz: Jornalista profissional há 12 anos, correspondente internacional em Los Angeles, crítico de cinema e vivendo o grande sonho de cobrir o mundo do entretenimento em Hollywood.
Pecado gastronômico: Morango com Creme de Leite! Diretamente do Olimpo!
Melhor lugar do Brasil: There´s no place like home. Onde quer que seja, nosso lar é sempre o melhor lugar.
Atualizado em 6 Set 2011.