Guia da Semana

Este ano, Renato Russo chega aos cinemas em dose dupla. Primeiro, o líder do Legião Urbana será vivido por Thiago Mendonça na cinebiografia Somos Tão Jovens, dirigida por Antônio Carlos da Fontoura, que estreia no dia 3 de maio. Depois, chega às telas a adaptação (por René Sampaio) de Faroeste Caboclo, uma de suas composições mais importantes e um verdadeiro fenômeno das rodinhas de violão. O Guia da Semana assistiu em primeira mão ao filme de Fontoura e conta tudo o que você precisa saber antes de comprar sua pipoca.

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Somos Tão Jovens conta a história de Renato Russo desde sua primeira banda, o Aborto Elétrico (com influências do punk rock inglês) até a formação do Legião Urbana em 1983. Trechos de canções marcantes – "Ainda é Cedo", "Geração Coca-Cola", "Tempo Perdido" (que dá nome ao filme) – guiam a trama, traduzindo os sentimentos do artista a cada novo dilema. Destaque para as apresentações de "Eduardo e Mônica" e "Faroeste Caboclo", recebidas com vaias pelo antigo público do Aborto Elétrico.

Thiago Mendonça não poupa as cordas vocais e apresenta, ao vivo, todas as músicas. Outro destaque é Laila Zaid, que vive a melhor amiga (às vezes amante) Ana Cláudia, uma filha de coronel que livra a turma das blitz policiais. Seu personagem não existiu na vida real, mas foi inspirado em algumas amigas do cantor nos tempos de faculdade. É durante essa explosão do regime militar, do rock n' roll e das drogas ilícitas que Renato Russo descobre sua sexualidade e mergulha num dilema que irá permear todo o filme – mas não espere ver beijos gays ou cenas muito mais ousadas do que um abraço “camarada” entre garotos.

Laila Zaid vive Ana Cláudia, a melhor amiga de Renato Russo

Como em toda biografia, parte da graça está em ficar identificando os personagens históricos. Aqui, além de Renato Russo e suas bandas, vemos um mal-humorado Herbert Vianna (Edu Moraes) e um Dinho Ouro-Preto (Ibsen Petrucci) que parece ter saltado direto de uma boy band. O filho de Dado Villa-Lobos, Nicolau, interpreta o pai como o guitarrista do Legião Urbana.

Apesar de divertido, Somos Tão Jovens exagera na caricatura, perde a chance de explorar o teor político das letras de Renato Russo e fica longe de ser uma biografia emocionante, como foi a de Cazuza (O Tempo Não Para) em 2004. Mas é impossível não sair do cinema com um sorriso no rosto, balançando a cabeça e cantando os clássicos da sua adolescência.

Por Juliana Varella

Atualizado em 2 Mai 2013.