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O japonês Kiju Yoshida filma para o longa Bem-Vindo a São Paulo. |
Para retratar a sensação dos estrangeiros ao visitar a capital paulista, os organizadores da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Leon Cakoff e Renata de Almeida, decidiram convidar alguns deles para um filme em que cada um cria seu olhar sobre a cidade. Bem-Vindo a São Paulo conta com grandes participações, como o alemão Wolfgang Becker, o iraniano Amos Gitai e o malaio Tsai Ming Liang. O desejo em retratar a capital através de cineastas que não vivem nela, porém, não é original.

A França, aliás, é a maior realizadora desse tipo de filme. Dois anos antes, jovens cineastas criaram outra obra por lá, mas dessa vez o tema era outro. Em O Amor aos Vinte Anos, cineastas como Andrzej Wajda e Renzo Rosselini falam sobre as conquistas dessa idade. O episódio mais lembrado é o de François Truffaut, uma continuação de seu filme Os Incompreendidos.

Outro filme que foi produzido recentemente em conjunto foi o português O Estado do Mundo. Feito para o fórum cultural de mesmo nome, o longa permitiu que seis cineastas mostrassem um pouco de seu universo para que pudessem tentar achar pontos em comum. A nacionalidade dos diretores foi escolhida de forma a mostrar grandes diferenças culturais, tendo, por exemplo, gente como o tailandês Apichatpong Weerasethakul e o brasileiro Vicente Ferraz.

Quem representou o país em Crianças Invisíveis foi a co-diretora de Cidade de Deus, Kátia Lund. Junto a ela, diretores como John Woo, Ridley Scott e Spike Lee deram seu ponto de vista a respeito das crianças que sofrem maus tratos, seja pela pobreza, ou por casos mais graves, como a guerra. Realizado em 2005, o longa destinou seus lucros para entidades como a UNICEF e a ONU.

Um desses diretores é Cacá Diegues, que agora promete ir além disso. O cineasta anunciou que em breve começa a produção de uma nova versão de Cinco Vezes Favela. Enquanto o da década de 60 revelou nomes como o dele e o de Leon Hirszman e Joaquim Pedro de Andrade, na época jovens de classe média, o atual projeto pretende revelar talentos nos morros. Diegues vai selecionar os diretores em comunidades pobres para que eles se retratem, formando assim novas gerações de cineastas.
Atualizado em 6 Set 2011.