Guia da Semana

Segundo o Michaelis, o verbo to spoil pode ser traduzido como: arruinar, danificar, estragar ou ainda destruir. Por isso, um spoiler seria aquele que estraga algo ou popularmente, um "desmancha-prazeres". Foi assim que iniciei a minha busca, com um dicionário em mãos e dúvidas na cabeça. Afinal que raios é um spoiler?

Depois de muito fuçar acabei entrando neste universo paralelo, um lugar onde as pessoas se juntam para contar as últimas notícias sobre filmes e séries que muitas vezes nem chegaram a ser lançadas. Uma loucura! Não que curiosidade seja crime, longe disso, ser um cara curioso pode ser interpretado de várias maneiras. Ainda criança temos a nossa fase dos "por quês". Torramos todo mundo com uma série infindável de questões sobre todo e qualquer assunto: por que o céu é azul? Por que todo nenê tem cara de joelho? Por que criança tem que dormir cedo?

Confesso que ao começar a pesquisar sobre o assunto, logo me veio à cabeça: "Mas que treco mais besta! Qual é a graça de chegar para alguém e contar o final de um filme, um livro ou uma série de TV que seja?" Tudo bem, alguns ainda poderiam se defender dizendo que não é bem contar o final, pode ser uma revelação bombástica sobre um personagem ou um fato importante do passado dele, mas mesmo assim! Continuei sem entender, até que em um dos muitos sites, comunidades e blogs que entrei, vi o título de uma série que adoro. Aí já era! Quando me dei conta estava há meia hora lendo o que tinha rolado na TV americana, na mídia, assistindo partes jogadas da história, filminhos...Pois é, ninguém é perfeito.

Podemos ser os maiores entendidos em medicina, professores-doutores em física quântica, mas no fundo, a verdade é que todo mundo já leu, pelo menos uma vez, uma revista de fofoca ou assistiu a um capítulo do BBB! Coragem, meu povo! Admitam! Com tanta violência, medo, fome e desgraças em geral, o mundo tem que ter suas válvulas de escape. Não há panela de pressão que agüente tanta informação. Não adianta a gente achar que nunca vai pagar um mico desses. Como diz o caipira: "araruta também tem seu dia de mingau".

Um grande amigo do meu pai uma vez contou que levou o neto para ver A Fuga das Galinhas no cinema, senhor distinto, culto, um sexagenário. Tudo estava indo relativamente bem, até que as luzes do cinema acenderam e lá estava ele, emocionado, aos prantos no meio de um monte de crianças de cinco, seis anos. Essas coisas acontecem; tem dias que esquecemos a capa de super-herói em casa e somos apenas nós mesmos, sem importar a idade, a pós-graduação ou os diplomas na parede. Fazer o quê? O negócio é encarar a vida com menos seriedade e dar mais risada de nós mesmos. Spoilers ou não, ainda vivemos em uma democracia, pelo menos por enquanto.

Fotos ilustrativas: www.morguefile.com e www.sxc.hu

Quem é a colunista: Juliana Petrilli.

O que faz: Publicitária e Jornalista.

Pecado gastronômico: Fios de ovos.

Melhor lugar do Brasil: depende da hora

Fale com ela: [email protected]



Atualizado em 10 Abr 2012.