Guia da Semana

Quatro anos já haviam se passado desde que o povo invadiu a Bastilha, em 1789. A Revolução Francesa estava caminhando para o seu período negro, em que as maiores atrocidades seriam cometidas em nome da liberdade, da igualdade e da fraternidade. O rei Luís XVI estava preso pelos revolucionários. É neste ambiente que transcorre a ação de A Inglesa e o Duque. Os personagens-título são Grace Elliott (Lucy Russell), uma inglesa que havia sido amante do Príncipe de Gales (depois rei Jorge IV), e um aristocrata francês, o Duque de Orleans (Jean-Claude Dreyfus), primo do rei Luís e pai do futuro rei Luís Filipe. Grace e o duque também foram amantes, mas continuaram amigos depois de terminar a relação.

Grace, aparentemente, é mais monarquista que o próprio duque, e se recusa a deixar a França quando a pereguição aumenta - ela apenas foge de Paris no dia em que o rei é capturado. Ela chega até a desafiar os revolucionários, escondendo em sua casa uma pessoa cuja cabeça era desejada pela população. Enquanto isso, o duque acha que alguns aristocratas a menos não farão mal, e acredita que do Terror poderá vir algo bom. Por um instinto de auto-preservação, ele se alia ao grupo que está no controle, e até vota pela decapitação do primo, apesar de ter prometido o contrário a Grace.

O diretor francês Eric Rohmer baseou seu filme na autobiografia de Grace Elliott, que ele encontrou na década de 90. Curiosamente, Rohmer optou por não usar cenários em três dimensões para reproduzir a Paris do fim do século XVIII. Em vez disso, ele usou pinturas com perspectiva. O resultado pode não parecer 100% real, mas acrescenta um ar diferente à narrativa.

A Inglesa e o Duque

Diretor: Eric Rohmer

País de origem: FRA

Ano de produção: 2001