Nesse meio tempo, ela perdeu a história sendo feita em uma velocidade surpreendente: a renúncia-afastamento de seu querido líder Erich Honecker; a própria queda do Muro de Berlim; o oba-oba que se seguiu, quando os alemães orientais buscavam freneticamente tudo que o Ocidente oferecia, fosse bom ou ruim; em poucos dias, o mundo de Christiane havia desaparecido. Mas o médico diz a Alex que sua mãe está frágil e não pode ser submetida a fortes emoções. Como ela reagiria ao saber que o socialismo havia perdido a luta contra o capital? Por isso, o jovem faz o possível e o impossível para iludir a mãe e fazê-la pensar que tudo continua igual - desde remodelar o apartamento da família até apelar para montagens de vídeo e subornar ex-alunos de Christiane.
Adeus, Lênin! foi um sucesso de público na Mostra BR de Cinema de São Paulo em 2003, lotando todas as sessões, e não sem razão. O filme de Wolfgang Becker é uma espécie de A Vida É Bela da Guerra Fria, e sabe ser divertido sem ser cômico, mostrando como Alex perde o controle da mentira que ele próprio criou e usando belas cenas como aquela em que Christiane, perplexa, vê um helicóptero carregando parte de uma estátua de Lênin. O filme certamente será melhor aproveitado por quem acompanhou os fatos em 1989 e 1990, mas os jovens de hoje não se sentirão perdidos, pois o longa sabe mostrar os acontecimentos sem parecer uma aula de história. E, para quem estranhar o uso de uma faixa da trilha sonora de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, vale a informação de que a música de Adeus, Lênin! foi escrita pelo mesmo compositor, Yann Tiersen. O longa disputou uma indicação ao Oscar 2004 de melhor filme estrangeiro pela Alemanha.
Adeus, Lênin!
Diretor: Wolfgang Becker
Elenco: Daniel
País de origem: ALE
Ano de produção: 2003
Classificação: 14 anos