Enquanto os Burns colocam o pé na estrada - não sem antes pegar Dottie, mãe de Joy e avó de April -, a garota começa a preparar o grande jantar, embora sua habilidade culinária se revele na enorme dificuldade para descascar uma batata. Bobby está fora, resolvendo assuntos misteriosos, e April descobre, para seu horror, que o forno não funciona. Para deixar o peru pronto, ela precisará contar com os vizinhos. Mas quem pode ajudá-la? O casal de negros Evette e Eugene, que recebe a jovem garota branca com desdém? A família de chineses que não sabe uma palavra de inglês? O estranho Wayne, que tem um fogão novo com forno autolimpante?
Não demora muito para a platéia perceber que o filme não é sobre um peru de Ação de Graças ou a solidariedade entre vizinhos, mas sobre a tumultuada relação entre April e sua mãe, e uma última tentativa de trazer paz a uma família diante de uma tragédia. E é na interpretação de Patricia Clarkson (de Dogville e À Espera de um Milagre) que está a maior força do filme: apesar do nome (que significa "alegria"), Joy é amarga, cínica, deprimida, e chega a ser detestável em certos momentos. Não é à toa que Clarkson recebeu vários prêmios e foi indicada como melhor atriz coadjuvante tanto para o Globo de Ouro como para o Oscar por este papel - nada mau para um filme rodado em duas semanas, com orçamento de apenas US$ 300 mil, prova de que bom cinema independe de cifrões.
Do Jeito que Ela É
Diretor: Peter Hedges
Elenco: Tiê
País de origem: EUA
Ano de produção: 2003
Classificação: 14 anos