Guia da Semana

O complexo penitenciário do Carandiru já foi desativado. Muito antes disso, o diretor Paulo Sacramento resolveu descobrir como era o dia-a-dia dos presos da Casa de Detenção, e escolheu uma abordagem diferente: colocar a câmera nas mãos dos próprios detentos. Depois de achar interessados, deu cursos e workshops, e o resultado é O Prisioneiro da Grade de Ferro (Auto-Retratos).

Entre as imagens captadas pelos presos estão a palestra dada aos que chegam, o controle da população de presidiários, a distribuição da comida e da correspondência, depoimentos de presos que desenvolvem várias atividades dentro do Carandiru, entrevistas com estrangeiros que cumpriam pena na Detenção, e coisas curiosas como a atividade dos tatuadores e o processo de fabricação de cachaça. Também há espaço para a voz oficial: ex-diretores do presídio e o secretário de Administração Penitenciária também dão seus depoimentos.

Premiado no festival de documentários É Tudo Verdade, no Festival do Rio BR e no Festival de Gramado de 2003, o filme começa com a demolição dos pavilhões 6, 8 e 9 (este já famoso pelo massacre que já esteve no cinema, em Carandiru). Também em 2003, O Prisioneiro da Grade de Ferro foi selecionado para exibição no festival de Veneza, um dos mais importantes eventos do cinema mundial.

O Prisioneiro da Grade de Ferro (Auto-Retratos)

Diretor: Paulo Sacramento

País de origem: BRA

Ano de produção: 2003

Classificação: 16 anos