Guia da Semana

A sorte grande sorriu para o músico Pierre Wesselrin. Sua tia milionária morreu, e ele dividirá toda a fortuna com um primo. Ao saber da notícia, ele não mostra o mínimo pesar pela morte da parente. Pelo contrário, resolve gastar na véspera uma parte de suas novas riquezas e chama os amigos para uma festa de arromba em seu apartamento com vista para o charmoso Rio Sena e a Basílica de Notre-Dame. Para Pierre, é um sinal do céu. Adepto da astrologia, ele acha que O Signo de Leão, sob o qual nasceu, lhe garantirá o mundo. E lhe haviam predito que, aos 40 anos, sairia do meio-termo: seria a fortuna ou a miséria.

Mas os astros, se por acaso têm algum poder sobre os homens, também devem ter senso de humor. Pierre foi deserdado pela tia, e todo o dinheiro foi para o tal primo. Despejado do apartamento, o músico tenta de tudo para se sustentar - menos o óbvio, procurar um emprego. E ele é orgulhoso demais para mendigar. Os amigos somem, nem sinal da namorada, e o único que poderia ajudá-lo, o jornalista Jean-François, vive viajando a trabalho.

Este é o primeiro longa de Eric Rohmer, diretor cujas fitas têm sido restauradas e apresentadas nos cinemas brasileiros. Seus filmes costumam trazer diálogos extremamente inteligentes, mas essa característica ainda não está presente em O Signo de Leão - mesmo porque Rohmer não escreveu os diálogos neste caso. Entretanto, já se pode perceber o fundo moral sempre encontrado em sua obra, e aqui o tema - muito bem tratado - é a relação das pessoas com o dinheiro, os meios que elas usam para obtê-lo e como a sua abundância (ou ausência) influi no círculo de amigos de cada um.

O Signo de Leão

Diretor: Eric Rohmer

País de origem: FRA

Ano de produção: 1954

Classificação: 14 anos