O Vestido filme - trailer, sinopse e críticas

Por que Ângela chorava, segurando nas mãos um vestido? Essa é a pergunta das filhas Ritinha e Clara. E por que o pai, que sumiu há tanto tempo, continua com seu lugar à mesa e pratos postos todos os dias? A mulher finalmente decide revelar às meninas a história do desaparecimento de Ulisses (Leonardo Vieira), e O Vestido tem um papel fundamental nela. Era o que Bárbara (Gabriela Duarte) usava quando Ângela, humilhada, foi pedir à jovem vinda do Rio que dormisse com seu marido, que já não suportava desejá-la e não ser atendido.

Depois de perder a cabeça, Ulisses sumiu no mundo com Bárbara, que tinha chegado à Vila Dourada como namorada de Fausto (Daniel Dantas), um investidor local, rico e que tinha o hábito de perder todas as garotas (inclusive Ângela) para Ulisses. As vidas do casal desfeito tomaram rumos diferentes. Ela, abandonada, mergulhou na depressão. Ele resolveu tentar a sorte no garimpo e levou a amante para lá. Mas, um dia, o vestido voltou às mãos de Ângela. Como?

O filme de Paulo Thiago é a adaptação de uma adaptação. O poema O Caso do Vestido, de Carlos Drummond de Andrade, virou um romance escrito por Carlos Herculano Lopes, que se transformou no longa. O resultado é algo longo demais, arrastado, que se perde em idas e vindas entre presente e passado, oscila entre o dramalhão e o filme erótico, e lembra a obra de Drummond apenas nas linhas básicas, bem básicas - em O Caso do Vestido não havia nada de política, nem situações inverossímeis (que mulher daria um presente do marido que tanto ama para uma desconhecida?). Salva-se a interpretação de Ana Beatriz Nogueira, no papel de Ângela. O poeta de Itabira merecia coisa bem melhor.