Guia da Semana

Não foi nada fácil ser mulher durante o regime islâmico do Taleban no Afeganistão. Elas não podiam trabalhar e estavam proibidas de sair de casa sem o marido ou algum homem da família. Uma mãe e sua filha, clandestinamente, trabalhavam no hospital, mas os soldados do Taleban tiram todas as mulheres de lá. Agora elas estão presas em casa, pois o marido e o filho morreram em conflitos. A avó sugere algo que pareceria impossível: disfarçar a menina e transformá-la em um garoto. Sem opções, a mãe corta os cabelos da filha, arruma-lhe roupas masculinas, e a bela menina passa a se chamar Osama.

Inicialmente, Osama começa a trabalhar para um leiteiro, amigo da família, mas o Taleban está recrutando novos membros e leva todos os meninos da cidade - incluindo Osama, que vai para a escola religiosa e ganha um amigo (depois praticamente um cúmplice), Espandi. O problema é que a escola Taleban tem várias armadilhas que podem revelar a verdadeira identidade de Osama.

O primeiro filme afegão depois da queda do Taleban ajuda a dar idéia dos horrores pelos quais a população do país passou nas mãos dos extremistas islâmicos: logo na primeira cena uma passeata de mulheres é violentamente reprimida, o que dá uma noção do que vem daí em diante. Há julgamentos e execuções públicos, e mulheres organizando festas de casamento que podem ser convertidas rapidamente em velório caso o Taleban apareça. Pelo menos uma coisa não é particular do regime islâmico: aquela inconsciente "crueldade" infantil. Exibido na Mostra BR de Cinema em 2003, o filme ganhou três prêmios no Festival de Cannes e ganhou o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro.

Osama

Diretor: Siddiq Barmak

País de origem: AFG/JAP/IRL

Ano de produção: 2003

Classificação: 12 anos