Guia da Semana

Nascido em Jequié, na Bahia, filho de uma sertaneja e de um imigrante sírio, Waly Salomão sempre quis ser escritor, mas nunca acreditou que tivesse talento suficiente para isso, por isso se formou em direito. Assim que terminou a faculdade, decidiu tomar uma atitude radical, abandonou tudo e foi para o Rio de Janeiro, sem levar nada, nem mesmo o diploma, que poderia lhe ajudar a ter um emprego no sudeste. Em plena ditadura militar, o jovem foi preso por porte de drogas. A experiência foi o suficiente para fazer brotar o poeta que estava preso dentro dele desde a infância.

O texto impressionou o artista plástico Hélio Oiticica e Waly Salomão passou a integrar o movimento da Tropicália, onde fez amizades com gente como Caetano Veloso e Gal Costa, para quem compôs a música Vapor Barato. Com um jeito irreverente de viver, o poeta, morto em 2003, acreditava que a vida era um Pan-Cinema Permanente e, por isso, ele sempre estava interpretando novos personagens. Assim, por onde passava Waly conquistava a todos, seja pelo seu modo de agir, seja por suas poesias e letras de músicas.

Durante quase 15 anos, o diretor Carlos Nader filmou seu amigo Waly Salomão com uma câmera caseira. Anos após sua morte, o cineasta editou o material de forma inventiva para contar um pouco de quem era o poeta. O filme conta com depoimentos de amigos, como Antônio Cícero, Caetano Veloso, Adriana Calcanhotto, Suzana de Moraes e o próprio Nader, além dos filhos de Waly. O documentário foi escolhido o melhor do 13º É Tudo Verdade, principal festival do gênero no Brasil.

Trailer do filme

Pan-Cinema Permanente

Diretor: Carlos Nader

País de origem: BRA

Ano de produção: 2007