Guia da Semana

Na França ocupada pelos nazistas, simplesmente continuar trabalhando pode se tornar uma complicada questão moral, dependendo do emprego que cada um tem. Para alguns, levar a vida como antes significa colaborar com os alemães, coisa que nenhum francês que ame seu país poderia fazer. É o dilema de dois homens que vivem para o cinema: o roteirista Jean Aurenche (Denis Podalydes) é um mulherengo que faz o que pode para recusar qualquer oferta de trabalho vinda dos alemães, mas ao mesmo tempo permanecer longe da prisão.

O assistente de direção Jean Devaivre (Jacques Gamblin) tem outra abordagem: ele trabalha na Continental, produtora francesa mantida por alemães. Ele quer estar nos dentes do lobo, mas sem ser mastigado por ele, em suas próprias palavras: seu entusiasmo é apenas fachada para suas atividades secretas na Resistência. Se for preciso, ele usará sua bicicleta para as missões mais impossíveis, como levar planos alemães para os Aliados e estar de volta sem que os patrões desconfiem que sua ausência não tem tanto a ver com a gripe que pegou.

Passaporte Para a Vida é um olhar sobre como a guerra afetou o trabalho dos cineastas franceses durante aqueles tempos difíceis. Se O Último Metrô, de François Truffaut, era centrado na pequena companhia de teatro, o filme de Bertrand Tavernier parte para uma abordagem mais geral a partir das histórias de Aurenche e Devaivre - os dois não são apenas personagens, mas existiram na vida real: o primeiro foi roteirista de quatro dos longas de Tavernier, e o segundo escreveu um livro no qual o cineasta se baseou para fazer Passaporte Para a Vida.

Passaporte Para a Vida

Diretor: Bertrand Tavernier

País de origem: FRA

Ano de produção: 2002

Classificação: 12 anos