A entediante rotina de Tobias Horvath parece lembrá-lo diariamente dos fantasmas de sua existência. Ele levanta às 5 da manhã, toma banho, faz a barba, se arruma, come alguma coisa e sai para pegar um ônibus, com destino à fábrica de relógios onde trabalha há dez anos. Sem nenhuma expectativa de mudança, Tobias apenas observa os dias passarem. Suas lembranças também o assombram: nascido numa família pobre do Leste Europeu, o rapaz teve uma mãe prostituta e matou o pai com uma facada. Por isso, teve como única saída largar sua terra natal e fugir para a Suíça.

O grande desejo do introspectivo Tobias é reencontrar Line, sua meia-irmã deixada para trás quando ele deixou seu país. Mesmo sem nunca mais ouvir falar da moça - que tanto lhe aparece em sonhos -, ele acredita que Line seja a mulher perfeita e chega alimentar uma "paixão platônica" por ela. A vida do rapaz muda quando ele a reconhece na nova funcionária da fábrica em que trabalha. As coisas, no entanto, não são do jeito que Tobias havia imaginado: Caroline é casada e tem uma filha. Sem mais nada a perder, ele começa então a persegui-la e faz tudo para conquistar sua paixão.

Queimando ao Vento foi dirigido por Silvio Soldini, o mesmo de Pão e Tulipas. O filme - de narrativa lenta e até pessimista - foi indicado ao Urso de Ouro no Festival Internacional de Berlim de 2002. A história é uma adaptação do romance Ontem, da escritora húngara Agota Kristof.

Queimando ao Vento

Diretor: Silvio Soldini

País de origem: ITA/SUI

Ano de produção: 2002

Classificação: 14 anos