A profissão original de Johnny é ator, mas não é fácil conseguir um emprego, mesmo na cidade da Broadway. Sarah se vira como garçonete. Enquanto os pais sofrem, as meninas estão deslumbradas com o novo país, entraram na escola e fazem amigos com a maior facilidade - entre eles, o Homem que Grita (Djimon Hounsou), um artista plástico chamado Mateo que tem seus fantasmas interiores, algo que não é estranho à família de Johnny. Ele, Sarah e as meninas ainda estão lidando com a perda do pequeno Frankie. Christy, a irmã mais velha, "conversa" com o irmão, considerando-o um anjo com quem ela pode contar nas horas difíceis. Johnny é o que mais se recusa a aceitar a perda, e enfrentar a realidade cria uma pequena crise familiar.
Quando Terra de Sonhos começa, a impressão é a de que virão 100 minutos de uma patriotada sem tamanho: a bandeira norte-americana ocupando toda a tela, a reação infantil (inclusive dos adultos) da família ao chegar a Nova York... ainda mais considerando que esse foi um dos primeiros filmes rodados na Big Apple depois do 11 de setembro. Mas essa sensação desaparece ao longo do filme. A vida de Johnny, Sarah e das meninas não tem nada de cor-de-rosa, exceto por uma ou duas soluções fáceis do tipo das que só se encontram no cinema mesmo. Na verdade, o longa é um projeto altamente pessoal do irlandês Jim Sheridan, diretor de Meu Pé Esquerdo e Em Nome do Pai: também ele entrou nos Estados Unidos pelo Canadá, em 1981, com mulher e filhas, e também ele perdeu um Frankie (o irmão, a quem o filme é dedicado). Para escrever o roteiro, Jim contou com as filhas Naomi e Kirsten, especialmente nas cenas com as meninas - e é impossível não se apaixonar pela pequena Emma Bolger, de 6 anos. O roteiro, aliás, foi indicado para o Oscar, junto com Samantha Morton (melhor atriz) e Djimon Hounsou (melhor ator coadjuvante).
Terra de Sonhos
Diretor: Jim Sheridan
País de origem: EUA
Ano de produção: 2002
Classificação: 12 anos