Por Pamela Cristina Leme

"O primeiro caso designa adolescentes que chegaram os 14 ou 16 anos sem nunca menstruar. Já a amenorréia secundária afeta mulheres que tinham um ciclo regular, mas ele cessou por três meses seguidos ou mais", explica a ginecologista e obstetra do Hospital São Luiz, Fabiane Sabbag. De acordo com a médica, é importante não confundir a parada com os ciclos irregulares, comuns entre as mulheres. "A mulher tem um prazo entre 20 e 40 dias para menstruar, e é normal que ela sofra alguns atrasos ao longo do ano", aponta.

Na dúvida, procure o médico
Seja qual for a situação, é indispensável procurar a investigação de um ginecologista. "Em alguns casos, a amenorréia é sinal de Síndrome do Ovário Policístico", afirma Fabiane sobre a disfunção ovariana que acomete cerca de 6% da população feminina. Em outros, a ausência da menstruação pode ter ligação com doenças endócrinas, como o hipertiroidismo (níveis anormalmente altos dos hormônios da tiróide), além de doenças crônicas a longo prazo, como insuficiência renal. O estresse também age como agravante da amenorréia, bem como desvios hormonais e tumores da hipófise (glândula cerebral responsável pela prolactina, substância produtora do leite materno).

No caso primário, muitas jovens deixam de menstruar por ainda terem peso inferior ao normal, o que atrapalha o desenvolvimento da puberdade, ativador do começo da menstruação. Outras ainda sofrem de alterações genéticas dos cromossomos sexuais. Em algumas meninas, as causas são anatômicas, com órgãos reprodutivos anormais (vagina sem perfuração, por exemplo).

Os tratamentos também variam. As mulheres com estresse emocional, obesidade ou anorexia precisam de acompanhamento psicológico e, nos dois últimos casos, um programa que inclua dieta adequada. Se a prática extenuante de atividades físicas for o motivo da interrupção do ciclo menstrual, o médico irá indicar as melhores maneiras para que a paciente diminua o ritmo. Aquelas que têm alterações hormonais vão precisar de prescrição de hormônios suplementares. Tumores ou cistos nos ovários, útero ou da hipófise, por vezes, necessitam até mesmo de cirurgia.
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Fotos ilustrativas: Stock.XCHNG
Atualizado em 6 Set 2011.