Fotos: divulgação



Há pouco tempo, as cidades do Brasil tiveram mais uma "epidemia" do funk. Porém, essa última não foi passageira e o ritmo continua freneticamente entoado nas festas, churrascos e baladas de todas as regiões tupiniquins, até o exterior já entrou nessa dança. Uma das responsáveis por não deixar o batidão cair no esquecimento é a vocalista do grupo Gaiola das Popozudas, Valesca Santos.

Com a agenda de shows lotada e depois de retornar da turnê européia feita com o grupo, a cantora resolveu relaxar e tirar uns dias de folga. "É só para descansar e cuidar um pouco de mim", diz. Atendendo ao pedido do Guia da Semana, Valesca, mesmo tomando um sol na praia do Rio de Janeiro, conversou sobre suas músicas e mostrou personalidade. Acompanhe!


Guia da Semana: O que você fazia antes de se tornar um sucesso no funk?
Valesca Santos: Meu último emprego antes do grupo foi como frentista de posto de gasolina.

GDS: Como surgiu a idéia de ser cantora de funk?
VS: Antes eu já era dançarina. Aí o empresário do Gaiola das Popozudas me convidou para dançar no grupo e eu aceitei, mas fiquei um pouco com o "pé atrás", tanto é que continuei trabalhando no posto de gasolina. Depois de um tempo, ele me convidou para cantar, me assustei, mas encarei a idéia. Depois que tudo começou a dar certo, eu deixei de ser frentista.

GDS: Quem compõe as músicas?
VS: As composições são minhas. Claro que o empresário dá alguns toques finais. É quase uma parceria, mas sou que penso nas letras.

GDS: Qual a sua inspiração para fazer as letras?
VS: Algumas delas surgem de situações que já passei, mas eu faço pensando nas mulheres. Eu tento defender elas, que são mais frágeis. Procuro ajudar a mulher a se levantar. Quando a música toca, elas se soltam.

GDS: As letras possuem duas versões, a normal e a proibida. Por quê?
VS: Primeiro é feita a versão putaria, que é a proibida, para os DJ´s tocarem nas comunidades e divulgarem. Depois que a música estoura nos bailes e ganha moral, fazemos uma outra versão mais leve para tocar em qualquer lugar e aumentar a divulgação.

GDS: Os homens te respeitam ou confundem sua postura de acordo com as músicas do grupo?
VS: Não sofro com as músicas, eles me respeitam e alguns até cantam em versões masculinas. É super normal o tratamento. As coisas não mudam, os homens mexem com as mulheres por natureza.

GDS: Qual foi a reação da sua família quando eles escutaram suas músicas pesadas?
VS: Eles ficaram um pouco assustados quando ouviram a primeira vez, mas depois todos me deram apoio. Agora, minha mãe fica procurando para ver se estou tocando na rádio ou passando na televisão.


GDS: Qual a intenção de usar letras com palavrões e sem pudor?
VS: Fazer com que as mulheres se soltem e fiquem à vontade. Dar liberdade de expressão, sem nenhuma restrição. Colocar pra fora tudo o que tem vontade de falar, mas fica com vergonha.

GDS: Se não tivesse palavras pesadas, você acha que o sucesso seria o mesmo?
VS: Tudo depende do momento do funk. Estou há oito anos nesse meio e sempre foi assim. As letras sempre foram dessa forma. O dia que isso mudar, eu sigo a tendência e mudo também.

GDS: Você é fiel ou está de acordo com o que canta na música "fiel é o C******"? Não se incomodaria em ser amante?
VS: Quando eu estou com alguma pessoa, eu quero ela só para mim, assim como eu também sou só dela. Não gosto de ficar dividindo. Mas essa música eu canto para animar as mulheres amantes. (risos)



GDS: Qual a diferença entre os homens da zona sul e os da comunidade?
VS: Eu acho que os homens da zona sul gostam de se mostrar, eles querem aparecer. Já os da favela são mais pé no chão. Mas, se for analisar mesmo, homem é tudo igual, só muda de endereço.

GDS: Existe uma discriminação dos programas de TV em convidar vocês para participarem ao vivo?
VS: Não existe preconceito nenhum, para isso fazemos as versões mais "lights". Alguns podem ter um pouco, mas é quase nada. Eu já fui a todas as emissoras para fazer programas ao vivo ou gravados.

GDS: O fato de as letras conterem estrofes pesadas não interfere na hora de assinar contratos?
VS: Imagina, isso não interfere em nada. Aqueles que contratam já conhecem o nosso trabalho. Mais um motivo para fazermos duas versões.

GDS: Como foi a turnê na Europa? Os gringos assediaram vocês por serem brasileiras?
VS: A turnê foi maravilhosa, passamos por Portugal e Inglaterra. Os nossos shows eram mais para o público brasileiro, mas os gringos que estavam por lá nos respeitavam bastante, nos tratavam com muito carinho.

GDS: O jeito de dançar funk desvaloriza a mulher?
VS: Não, eu acredito que não. Isso é uma dança muito sensual. Os homens é que ficam desconcentrados, pirados e sem ação. (risos)

GDS: Qual é a melhor dançarina de funk da atualidade?
VS: Olha, isso é difícil. Porque pra ser a melhor tem que dançar funk de verdade. Esse lance de mostrar a bunda na televisão e ficar de quatro não é dançar. Então, pensando bem, as melhores são as meninas do Gaiola das Popozudas, elas dançam mesmo!

GDS: E o trecho da música em que você diz que é cachorra mesmo, você é? O que seria uma mulher nesse perfil?
VS: Mulher cachorra é aquela que gosta de aparecer, de se mostrar, gosta de ser poderosa. Sem contar que é aquela cachorra na cama, entre quatro paredes. Então eu sou sim, late que eu to passando. (risos)

GDS: Você namora?
VS: Não namoro. Estou solteira há dois anos. Mas não teve nenhuma ligação com o meu trabalho, terminamos porque já não dava certo.

GDS: Quantos anos você tinha na sua primeira vez?
VS: Eu tinha 16 anos, foi com o meu namorado.

GDS: Como diz a música, você acha que as mulheres, isso inclui você, querem um otário pra bancar?
VS: (risos) Com certeza! Olha, quem gosta de "peru" é viado, mulher gosta mesmo é de dinheiro. Tendo dinheiro já está bom!

GDS: Qual o tipo de homem que te atrai?
VS: Aquele carinhoso, compreensivo e companheiro, mas tem que ser bem cachorro na cama.

GDS: O que você não gosta em um homem?
VS: Não gosta de mentira e traição.

GDS: Você já fez alguma cirurgia plástica?
VS: Já fiz sim. Coloquei silicone, 285ml de cada lado.

GDS: Você faria um filme pornô?
VS: Eu já fui convidada para fazer um, pela produtora Brasileirinhas, mas não aceitei. Não é a minha linha, porém não posso dizer que dessa água nunca beberei, a gente não sabe o dia de amanhã.

GDS: E posar nua?
VS: Isso sim, sem problema. Já tenho propostas e estou estudando. Pode rolar a qualquer momento.

GDS: Quais são os seus projetos profissionais?
VS: Quero trabalhar muito nessa fase, realizar muitos shows e fazer novas músicas. Depois que eu cansar, penso em virar empresária. Mas tudo relacionado ao funk.


Bate-bola
Data de nascimento: 07/10/1978

Signo: Libra

Cor preferida: Rosa

Hobby: Fazer compras

O que mais te irrita: Falsidade

Cantor: Belo

Cantora: Alcione

Pecado gastronômico: Strogonoff

Bebida: Amarula

Parte do corpo que mais gosta nos homens: Olhos

Parte do seu corpo que acha mais bonita: Pernas

Defeito: Muito ciumenta

Qualidade: Ajudar o próximo

Sonho de consumo: Um enorme closet

Frase: "Não tenham inveja de mim, apenas trabalhem!"



Atualizado em 10 Abr 2012.