Guia da Semana

A Olimpíada 2016 é delas! Desde o início dos jogos, as mulheres deram (e ainda estão dando) um show dentro e fora do Centro Olímpico das Olimpíadas 2016. Em campos, piscinas, traves, tatames e em tantas outras modalidades, todas elas representam não apenas seus respectivos países, mas todas nós, mulheres, que já fomos consideradas o sexo frágil e, dia após dia, provamos ao mundo que força não se mede por gênero!

Independente de suas origens e por qual país estejam lutando, todas elas representam todas nós, não apenas por suas performances esportivas, mas por suas histórias de vida, que são verdadeiras lições, grandes inspirações e, sem dúvidas, dignas de aplausos.

Confira algumas das histórias inesquecíveis de algumas atletas que estão competindo os jogos olímpicos e que, sem dúvidas, guardaremos conosco:

SHANG CHUNSONG - CHINA

Para quem ainda não conhece, essa é Shang Chunsong, a chinesinha que conquistou o Brasil (e uma medalha de ouro junto a sua equipe de ginastas). Apesar da aparência frágil, Shang é uma grande mulher, e também uma vencedora fora do centro olímpico.

Para quem ainda não sabe, ela cresceu em uma família extremamente pobre e passou por um longo período de desnutrição. Seus pais são trabalhadores da construção em Changsha e seu irmão tem uma deficiência visual. Apesar da pouca idade, a menina já enfrentou muitas dificuldades, inclusive uma grave depressão.

Depois de vencer os Jogos Nacionais Chineses de 2013, ela comprou uma casa para seu irmão em Changsha, para quando ele se casar, e hoje sua maior esperança e motivação para ganhar é ter dinheiro suficiente para curar sua visão.

Em uma entrevista, orgulhoso, o irmão declarou "Quando disse dos ganhos de sua irmã, Shang Lei disse:" Não importa qual o valor em dinheiro do prêmio, eu só quero que minha irmã sorria ainda mais".

RAFAELA DA SILVA - BRASIL

Rafaela Lopes Silva, além de ser judoca, é também militar brasileira. Atualmente, ocupa a graduação de terceiro sargento na Marinha do Brasil e é integrante do Centro de Educação Física Almirante Nunes (CEFAN), do Departamento Militar Esportivo.

Em agosto de 2013, tornou-se a primeira brasileira a se consagrar campeã Mundial de Judô. Este ano, conquistou a medalha de ouro da categoria até 57Kg nas Olimpíadas, após derrotar a judoca da Mongólia, Sumiya Dorjsuren, até então líder do ranking mundial. Com isso, ela se tornou a primeira atleta da história do judô brasileiro, entre homens e mulheres, a ser campeã olímpica e mundial.

Entretanto, engana-se quem pensa que tudo foi fácil. Rafaela, da Cidade de Deus, foi resgatada pelo Instituto Reaçao de Flavio Canto, porque estava pensando em desistir do esporte. O motivo? Preconceito! Cotada como favorita nos Jogos de Londres, Rafaela foi eliminada nas oitavas de final e humilhada, tendo que ouvir ofensas racistas a seu respeito.

Após ser chamada de “macaca” e ler que “era uma vergonha para a família”, havia tomado uma decisão: parar de lutar. A escolha surpreendeu, mas nunca convenceu seu pai, que tinha certeza que ela voltaria à luta.

YUSRA MARDINI - SÍRIA

A síria Yusra Mardini, de 18 anos, é nadadora do time de Atletas Olímpicos Refugiados e dona de uma das histórias mais emocionantes das Olimpíadas. No esporte, infelizmente não se classificou para a semifinal do nado borboleta, mas foi ovacionada pela platéia no Centro Aquático Olímpico como se tivesse ganhado uma medalha de ouro... E ganhou, na vida!

Para quem não conhece sua trajetória, há mais ou menos um ano, ela e sua irmã nadaram durante três horas seguidas em mar aberto para salvar pessoas que, assim como elas, fugiam da guerra civil da Síria. Ambas estavam em um bote inflável com mais 18 refugiados no meio de Mediterrâneo quando o motor da embarcação pifou.

As irmãs amarraram cordas ao corpo e nadaram em águas gélidas, puxando o bote até a Ilha de Lesbos, na Grécia. Atualmente, a jovem vive na Alemanha, onde treina natação.

SIMONE BILES - EUA

Simone Biles é ginasta dos Estados Unidos, especialista na ginástica artística e vencedora de 14 medalhas em campeonatos mundiais, sendo dez delas de ouro. É a ginasta mais condecorada na história do seu país em mundiais.

Sua história é pouco conhecida. Aos dois anos, foi enviada para um lar adotivo por conta do abuso de drogas de sua mãe. Mais tarde, ela foi adotada pelos avós. Também enfrentou preconceito, superou dificuldades e hoje é símbolo não apenas para seu país, mas para todas nós, mulheres.

Por Nathália Tourais

Atualizado em 13 Ago 2016.