Guia da Semana

Foto: Sxc.Hu


Desde o surgimento da escola, nunca houve uma preocupação tão grande em estudar e estimular a relação entre a família, a escola e o meio social. Interligadas entre si, seus papeis e responsabilidades, traçados de acordo com a época, a cultura do povo, o cenário político e econômico, não concorrem entre si: são complementares.

A escola deste século modificou e diversificou seus métodos de ensino, introduziu a informática como ferramenta didática, abriu as portas para oferecer uma educação ao longo da vida e trocou o objetivo conteudista pelo desenvolvimento do raciocínio. Entre outras novidades, renovou o papel da educação.

Engana-se quem pensa que este ambicioso movimento prescindiu do apoio das famílias: a participação dos pais, por menor que seja, à distância ou de maneira presencial, é importantíssima e encorajada pelas escolas mais renomadas, pois se reconhece a sua extraordinária relevância na formação infantil, desde o princípio da vida dos filhos.

A instituição escolar e a família possuem seus próprios objetivos para a educação das crianças, o que leva por princípio os pais a buscarem e elegerem uma e não outra escola para as matricular. E no processo educativo que se segue entre a pré-escola e o vestibular - cerca de 15 anos -, não é possível se imaginar que nada de novo aconteça nas duas instituições, ou garanta que cada parte saiba o que realmente ocorre na outra!

Hoje, as pessoas adultas têm mais senso crítico e conhecimento, o que lhes permite apontar erros e sugerir novos caminhos para a educação dos filhos. Isso tanto na rede privada quanto na pública. Tal fato facilita para escolas suficientemente atentas e sensíveis a essa demanda, corrigirem seus rumos e atenderem as aspirações do grupo social.

O respeito à estrutura curricular das escolas, ao trabalho pedagógico e ao corpo de profissionais da educação, assim como aos princípios e valores de cada família, são novamente observados. Com isso, as participações da família na escola, são benvindas e reconhecidas como meios estratégicos de enriquecimento do processo educativo.

As questões relacionadas às dificuldades no aprender também ganham com as trocas de informações da proximidade família-escola. Enquanto os pais podem trazer suas valiosas experiências e conhecimentos pessoais sobre o problema específico do filho, a escola os pode orientar a como apoiar e estimular a aprendizagem formal e informal em casa. Essa troca também tem se mostrado importante para auxiliar no tratamento de questões como o abuso de álcool, drogas, prostituição, pedofilia, violência e envolvimento em grupos anti-sociais, além de ser eficaz contra o insucesso pedagógico e evasão.

Se o objetivo é a educação de qualidade para todos, não basta apenas a escola ser inclusiva. É indispensável a família e a comunidade estarem atualizadas e cientes de sua responsabilidade de participarem na preparação das crianças e jovens para a vida pessoal, social e profissional, de forma autônoma e responsável. A proximidade familiar é o primeiro e mais decisivo passo nessa direção.


Leia as coluna anteriores de Maria Irene Maluf:


Impondo nossa autoridade


Agressividade Infantil

Quem é a colunista: Maria Irene Maluf - Especialista em Educação Especial e em Psicopedagogia

O que faz: Atende crianças e adolescentes com dificuldades e transtornos de aprendizagem. Oferece assessoria psicopedagógica às escolas de ensino fundamental e médio, além de ministrar palestras, cursos e conferencias.

Pecado gastronômico: C H O C O L A T E !!!

Melhor lugar do mundo: Barcelona - Espanha. Mas, para esse lugar ser perfeito de verdade, é preciso estar lá e junto das pessoas que se ama .

Como falar com ela: [email protected] ou ligue (11) 3258-5715.

Atualizado em 6 Set 2011.