Guia da Semana

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A licença-maternidade acabou e é hora de deixar o bebê aos cuidados de terceiros, geralmente desconhecidos. Mas como confiar uma criança de quatro meses a pessoas estranhas sem se preocupar ao extremo?

Os primeiros passos para a tranquilidade da mamãe são visitar alguns berçários e sentir se os profissionais que cuidarão do bebê realmente gostam de crianças. "Essa deve ser a prioridade na hora da escolha. Os pais têm que observar se as pessoas dentro do berçário amam o mundo infantil, se estão ali por afinidade, não só pelo salário. E isso dá para sentir nas visitas e nas entrevistas", orienta Margaret Pires, pedagoga pós-graduada em Distúrbios da Aprendizagem e sócia-diretora pedagógica da Escola Psicológica Regina Elia, em São Paulo.

Durante as visitas, os pais também devem prestar atenção nas instalações: se há um berço para cada criança, se as áreas são divididas e arejadas, se o ambiente oferece segurança aos bebês, se há rampas no lugar de escadas e se os bebês ficam separados por faixa etária. "É ideal que cada berçarista cuide de até três bebês e que eles sejam separados entre menores de um ano, a partir de um ano e até dois anos. Cada fase tem necessidades específicas e exige cuidados diferenciados. Além disso, crianças acima de um ano já desenvolveram algumas doenças típicas da infância e possuem mais anticorpos", explica.

Na cozinha e no banheiro, a atenção deve ser redobrada com a higiene. "As banheiras devem ser esterilizadas e os materiais de cada bebê, guardados separadamente", recomenda Margaret.

Pensando em tudo

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Conferidos esses itens, é hora de verificar a qualificação das profissionais que cuidam dos bebês. "O melhor é que sejam professoras, pois elas poderão, além dos cuidados básicos, realizar atividades que ajudem no desenvolvimento físico e emocional do bebê. Se não tiverem essa formação, é preciso que tenham curso de berçarista, sempre com reciclagem e treinamento constantes", reforça a pedagoga.

Geralmente considerados menos importantes, os brinquedos não devem passar despercebidos. É preciso checar as condições dos objetos, conferir se estão de acordo com a faixa etária e se são educativos e estimulantes. "Os bebês não precisam apenas de um cuidador, alguém para trocar fraldas e colocar para dormir. Eles precisam ser estimulados enquanto estiverem acordados, ouvir histórias, músicas, interagir".

Mais uma dica da especialista é aproveitar a visita para conhecer a rotina do berçário, verificar como os responsáveis recebem os pais no dia a dia e conferir como é feita a adaptação do bebê ao local. "No início, o bebê deve ficar poucas horas no berçário, até se acostumar. Se possível, a mãe deve estar presente nos primeiros dias e se afastar por pequenos períodos", recomenda Margaret.

Outro ponto de atenção deve ser a hora da despedida entre pais e bebê, que não pode ser feita de forma brusca ou às escondidas. "Não se pode esconder a criança para os pais irem embora. Mesmo que ela chore e fique agitada, é preciso mostrar a segurança da mãe ao transferi-la para quem cuidará dela. O bebê entende as coisas, só não fala", conclui.

Dose Dupla

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A maioria dos itens indicados pela especialista foi observada por Helena Costa Castro, mãe de Henry, de três anos, e de Yasmim, de 10 meses; ambos estão matriculados no Colégio Jesus Maria José, zona sul de São Paulo.

Na hora de decidir a escola do primogênito, então com dois anos, Helena visitou cerca de quatro instituições, experiência que facilitou a escolha do berçário para a caçulinha, aos sete meses. "Foram duas fases diferentes. Quando comecei o processo com o Henry, busquei um colégio que alinhasse qualidade e preço. Na vez da Yasmim, eu já tinha referências e aproveitava as idas à escola com o Henry para observar a rotina do berçário", conta.

Para definir o local ideal para a filha, Helena observou a formação dos profissionais, o cuidado e o carinho com os bebês, a proposta pedagógica e a estrutura. "O berçário tem poucas crianças, duas professoras, duas berçaristas e uma coordenadora pedagógica. O espaço é grande, dividido em área para o sono e para as brincadeiras", revela.

Outras características que agradaram à mamãe foram os procedimentos de entrada e saída, e o fato de cada mãe ser a responsável pela alimentação do bebê. "Sempre mando fraldas, almoço, jantar, fruta e suco. Acaba ficando mais corrido, mas sei que é o melhor, pois cada criança tem uma receita do pediatra. Acho interessante também o esquema de drive-thru da escola. Quando chego com o carro, entro por um portão, estaciono, deixo as crianças já com as professoras ou levo até a sala, e saio por outro portão", completa.

Fique de olho:

- No número de bebês por berçarista.
- Nos procedimentos adotados em caso de doenças.
- No procedimento de entrada e saída dos bebês.
- Na higiene da cozinha, dos banheiros e dos berços.
- Na esterilização das banheiras e das mamadeiras.
- No preparo de papinhas e mamadeiras.
- Na divisão por faixa etária.
- Nas câmeras de segurança.
- Nos brinquedos disponíveis.
- No estacionamento.
- Na rotina.
- No currículo dos profissionais.
- Na divisão dos espaços.
- Nas referências.
- Nas instalações.









Atualizado em 6 Set 2011.