Guia da Semana



Quem está passando pelos últimos três anos do colégio - hoje Fundamental II, mas também conhecido como Ensino Médio ou Colegial - sabe que é uma fase turbulenta e complicada. E quem já passou por isso concorda. É quase unânime a opinião de que este período escolar está envolvido em uma atmosfera tensa, que preocupa, assusta e até desespera alguns jovens.

Não é a toa que casos como o do Massacre de Columbine acontecem. Para quem não se lembra, em 1999, Eric Harris, de 18 anos, e Dylan Klebold, de 17, entraram no Instituto Columbine, no Colorado, EUA, e atiraram em colegas e professores, cometendo suicídio em seguida. Trágico, porém real. E este é apenas um entre muitos acontecimentos semelhantes. O cineasta Michael Moore, em seu documentário Tiros em Columbine, entrevistou o rockeiro Marlyn Manson, ídolo dos adolescentes assassinos. Manson lembrou como é complicada a época que os garotos viviam, dizendo que a vida escolar no Colegial pode ser cruel, e que tudo o que Eric e Dylan precisavam era de alguém que os ouvisse. Eles eram ridicularizados pelos colegas.

Muitas pessoas passam por experiências como esta: não conseguem achar um lugar no meio de tantas mudanças que acontecem na adolescência e sofrem na escola. Os jovens tendem a tirar sarro um dos outros, para se afirmar e chamar a atenção dos outros. Os mais tímidos, os inteligentes, ou aqueles com interesses diferentes, fora do senso comum, são os principais alvos de brincadeiras. Quando não são completamente excluídos.

Parece o fim, eterna mania dos jovens de achar que o mundo acaba toda vez que algo ruim acontece. Passei por um Ensino Médio difícil também, e confesso que odiei a escola, meus colegas, minha vida, e tudo o mais. Sentia que não me encaixava ali, porque não queria ser como as outras garotas, eu só queria ser eu mesma (claro que isso era motivo de discriminação). Me martirizei, me fiz de vítima. Hoje entendo que aquilo foi só um prefácio do que viria pela frente. Adivinhe: a vida é assim. Muitas vezes você vai ter que mudar, se adaptar. Outras tantas você será criticado, julgado e até humilhado.

Nem todo mundo vai te aceitar do jeito que você é e será necessário aprender a conviver com isso, faz parte do crescimento. Metralhar os professores e os colegas não vai ajudar, é claro, e não é uma forma de enfrentar a situação, apesar de parecer, e sim uma fuga, uma maneira fácil de se livrar daquilo que não agrada. Para compensar, o Colegial pode ser péssimo, mas acaba, e é possível sobreviver. O grande autor e poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade já dizia: "A dor é inevitável, o sofrimento é opcional".

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Quem é o colunista:Fernanda Carpegiani - Uma jovem enérgica que aproveita a vida de uma forma intensa e particular.

O que faz: Jornalista apaixonada.

Pecado gastronômico: Batata Frita.

Melhor lugar do Brasil: Ubatuba - São Paulo.

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Atualizado em 6 Set 2011.