Guia da Semana

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Engana-se quem pensa que na Educação Infantil o que importa são o playground e os brinquedos disponíveis. Mais do que isso, os pais devem estar atentos à forma de tratamento dispensada às crianças, aos ambientes de socialização com os amiguinhos e ao conteúdo pedagógico. Sim, os pequenos também merecem atenção pedagógica, com planejamento, infraestrutura e aprendizado.

"Cada ciclo tem expectativas diferentes. Na Educação infantil as prioridades são a brincadeira, o brincar livre e o brincar da fantasia, e as diferentes linguagens, como a música, a dança e a estética", orienta Neide Noffs, doutora na área de educação e coordenadora do curso de Psicopedagogia da PUC -SP.

Na hora das visitas, a especialista recomenda que os pais levem os filhos, mas alerta para que não criem expectativas na mente da criança. "Os pais não devem dizer aos filhos que determinada escola é a melhor, mas sim mostrar à criança a oportunidade que ela vai ter de brincar, de fazer amigos e de aprender. Depois, é deixar que a escola faça o seu papel e observar como a instituição lida com a criança e a envolve no espaço e nas atividades", explica.

Para Celia Godoy, pedagoga, mestre em Psicologia Social e especialista em Supervisão Escolar, Orientação Educacional e Recursos Humanos, na Educação Infantil as escolas devem valorizar o lúdico, com brincadeiras, jogos e dramatização, além do compromisso com o letramento e a socialização. "Os pais também devem avaliar as habilidades, os sentimentos e os valores desenvolvidos no espaço escolar e não esquecer a proposta pedagógica", ressalta.

Qualificação Profissional

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Maria Martinez Lima, psicopedagogoa e diretora pedagógica do Colégio Batista Brasileiro, recomenda que os pais redobrem a atenção ao avaliar os profissionais que trabalham na escola, já que eles transmitem o "jeito" da instituição. "Os pais devem analisar se a prática está alinhada ao discurso. Não basta só ouvir o que a escola tem a dizer, é preciso perguntar como tudo é colocado em prática e quais são os resultados", ressalta.

Segundo a psicopedagoga, os pais também devem ficar atentos à forma como o filho será acolhido pela instituição e como se tornará parte do grupo. "Não basta a criança ser recebida, é preciso que se sinta acolhida, integrada. Os pais devem observar se os professores têm um olhar individualizado, se estão preparados para atender às necessidades de cada aluno", orienta.

Outros pontos que merecem atenção são a qualificação e o tempo de casa dos profissionais envolvidos com as crianças. "Muitas escolas colocam babás para cuidar dos pequenos, mas o correto é que sejam professores, devidamente formados. Quanto ao tempo de casa, se a rotatividade for alta, não há como garantir um bom trabalho", diz Maria.

Reflexos da educação

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A educação recebida em casa terá reflexos na vida escolar e, da mesma maneira, os ensinamentos transmitidos pela instituição poderão ser observados na relação com a família. Em casa, Arthur Soares Prestes, de 3 anos, reproduz as recomendações dadas pela "tia Neia", sua professora do Jardim, no Cephas (Centro Presbiteriano Humanitário de Ação Social), em Carapicuíba.

"Na escola, eles trabalham muito a capacidade de escolha da criança e a disputa quando, por exemplo, dois querem o mesmo brinquedo. Eles ensinam como administrar isso e o reflexo em casa é fabuloso. O Arthur faz tudo pela irmã [Alice, de 11 meses]. Ele divide todas as coisas com ela sem exigir troca, não é briguento", conta a mãe, Monique Prestes.
Arthur, que entrou no berçário aos 4 meses, hoje já faz passeios com o colégio, pratica educação física, estuda música e trabalha a expressão corporal. "Agora, ele usa todos os espaços da escola, como o refeitório, o playground e a sala de vídeo, e já foi ao circo e ao zoológico", diz a mãe.









Atualizado em 6 Set 2011.