Guia da Semana

Por Luiz Cervone

Fotos ilustrativas
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As mães sempre chegam ao consultório pediátrico com a pergunta: o que há de novo para a alimentação infantil, a resposta é: não há novidade que supere os benefícios do leite materno.

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Na década de 50 os pediatras no mundo ocidental passaram a indicar leites industrializados como complemento ao leite materno. E o que se viu foi uma substituição gradativa do leite da mãe pelas fórmulas da indústria. Isto trouxe desvios graves à alimentação infantil provocados, principalmente, pelo erro na administração do leite em pó. Isso porque, para se obter as devidas propriedades nutricionais do leite industrial, é preciso seguir à risca as instruções de preparo e algumas famílias, por desconhecimento ou economia, não o faziam, gerando muitos casos de desnutrição infantil.

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Na década de 80, o cenário começou a mudar com o estouro, por todo o mundo, de campanhas em prol do leite materno, validadas por autoridades da saúde. No Brasil, as Sociedades de Pediatria e os pediatras em geral encamparam a bandeira.

Hoje, quase três décadas depois, a pediatria se sente vitoriosa. São raros os casos em que a mãe abra mão do leite materno na alimentação de seu filho. Nos consultórios, a discussão atual é por quanto tempo o leite materno deve ser a alimentação exclusiva e a resposta: até seis meses e, com o complementado de outros alimentos, até, pelo menos, o primeiro ano de vida.

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Não há novidade que supere o leite materno na alimentação infantil. As vantagens, já conhecida por todos, ultrapassam a nutrição adequada que esse alimento oferece, são vantagens emocionais, fonoaudiológicas, transmissão de anticorpos e ainda há as econômicas e a praticidade do método inventado pela própria natureza.

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Agora, é sempre bom lembrar que estas recomendações não são dogmas. Há as mães que, por um motivo ou outro, não conseguem amamentar seus filhos seguindo o protocolo mencionado. Há mulheres que passaram por cirurgias de mama, que têm doenças que a impedem de fazê-lo ou usam medicamentos contra-indicados à amamentação. Nestes casos, as mães podem se tranqüilizar, pois hoje os leites infantis atendem às necessidades nutricionais da criança e têm sabor e formulação muito parecidos com o leite natural. As fórmulas atuais são adaptadas às necessidades das crianças, inclusive com especificações para prematuros, doença do refluxo gastroesofágico e alergias a componentes do leite de vaca convencional.

O importante é que o momento da amamentação estabeleça o elo de carinho e confiança necessários para o bom desenvolvimento da criança, tanto do ponto de vista nutricional quanto do emocional.


Quem é o colunista: Luiz Cervone.
O que faz: é pediatra do Hospital e Maternidade São Luiz, formado pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
Pecado gastronômico: : Espaguete com frutos do mar.
Melhor lugar do Brasil: Ilha Bela.
Fale com ele: [email protected]

Atualizado em 10 Abr 2012.