Guia da Semana

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Comecei a namorar aos 14 anos. Não me arrependo, mas hoje acredito que era cedo demais para engatar em um relacionamento sério. Sim, eu queria um compromisso de verdade desde cedo. Os aprendizados mais importantes da vida vêm com o tempo, os anos e as experiências que vivemos e, adiantar as coisas, pode nos fazer sofrer mais do que o necessário.

Você já cansou de ouvir que "não tem idade para isso" ou "é muito nova(o) para aquilo", e provavelmente ainda vai escutar muito mais e por muito mais tempo (até depois que chegar aos 20 anos - experiência própria). Às vezes, é só superproteção e preocupação excessiva dos pais e adultos em geral, mas neste caso quase sempre eles têm razão. Com 14 anos, eu não estava preparada para namorar, por mais que me convencesse do contrário. E o meu ex-namorado muito menos.

Naquela época, eu ainda não sabia o que era amor-próprio de verdade, por vários motivos, inclusive baixa autoestima, muito comum nesta idade de mudanças e descobertas. Demorou muito para eu entender que, antes de me apaixonar por alguém, precisava me apaixonar por mim mesma. E não há nada de auto-ajuda e piegas nisso, é a pura verdade! Com o tempo (e algumas escorregadas), aprendemos a nos valorizar e a nos colocar em primeiro lugar sempre. Levou mais um bom tempo até eu perceber que só depois que eu reconhecesse o meu valor, as pessoas ao meu redor fariam o mesmo.

Relacionamentos são sempre complicados, não importa a idade, mas a probabilidade de entrar numa furada quando ainda somos novos é infinitamente maior. Ser submisso ao(à) namorado(a), aturar ciúmes exagerado e se dedicar além do aceitável a uma pessoa são alguns dos erros que podemos cometer por não saber nos preservar ainda. É comum e perfeitamente normal que nos machuquemos ao longo da vida, mas o ideal é saber se proteger para que isso não aconteça com tanta frequência. É muito mais fácil deixar as pessoas nos magoarem quando não sabemos cuidar de nós mesmo.

Depois que eu compreendi o meu valor e deixei a baixa autoestima para lá (ao menos na maioria das vezes), aprendi quais são os meus limites (isso eu aceito, isso não; isso eu gosto, isso não) e passei a ter relacionamentos muito mais saudáveis, seja com amigos, namorado, parentes e até colegas de trabalho. Vi que preciso me impor e me proteger para não me magoar tanto. É legal fazer bem e dar valor ao outro, mas a gente tem que vir sempre em primeiro lugar!

Quem é o colunista: Fernanda Carpegiani - Uma jovem cheia de energia, que aproveita a vida de uma forma intensa e particular.

O que faz: Jornalista apaixonada.

Pecado gastronômico: Batata frita.

Melhor lugar do Brasil: Ubatuba - São Paulo.

Fale com ela: [email protected]

Atualizado em 6 Set 2011.