Guia da Semana

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Você cresceu com a mesma galera durante todos esses anos. Todo mundo te conhece e gosta de você. Mas de repente, chega a hora de trocar de escola. Nessa hora, deixar para trás as amizades parece o fim do mundo, certo? Calma, nada de surtar e enlouquecer! Assim como tudo na vida, mudanças podem vir para o melhor. E se tudo der errado, fica o amadurecimento obtido com a experiência. Pelo menos são essas as coisas que seus pais dizem para você. Mas na prática, como fazer para tornar a transferência do colégio ficar mais tranquila?

Mas por quê?

Diversos motivos podem ser o ponto de partida para a troca de escola, seja porque a ela não oferece mais as séries letivas a serem cursadas, ou porque seus pais querem uma qualidade de ensino melhor.

Além disso, também existem os casos das famosas notas baixas do boletim e reclamações de professores, que podem ser fatores decisivos para que os pais queiram afastar os filhos das "más companhias" e trazer mais responsabilidades e amadurecimento.

Para o psiquiatra Wimer Bottura, presidente do comitê multidisciplinar de adolescência da Associação Paulista de Medicina (APM), a vinculação ao grupo de amigos durante a época de colégio é muito importante, mas o desconforto de se separar faz parte da vida. "É preciso que os pais ensinem os filhos a lidarem com as frustrações e, uma vez tomada a decisão, não se deixem dominar por nenhuma rebeldia", aconselha o médico.

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Antes da troca

Independente do caso, a mudança pode ser inevitável. É nessa hora que vale a pena trocar uma idéia direto com os pais, para se chegar a um meio termo entre o que eles acham que é melhor e o que você espera do lugar para tornar a transição seja mais tranquila.

Além disso, valem também as precauções básicas, tais como analisar a infraestrutura, a localização, a qualidade de ensino e o perfil dos alunos da escola a ser escolhida. Segundo Bottura, essas são as características essenciais para acertar na escolha e garantir a satisfação dos pais e dos adolescentes.

O ideal é que a rotina não seja muito diferente da escola em que você estuda, ou locais com grandes diferenças acadêmicas. Ou seja, pode ser meio complicado ir de um colégio de "vagal" diretamente para um "puxado" e vice-versa.

Por falta da atenção nesses pontos, a estudante Juliana Almeida, 16, encarou um processo difícil de mudança - a falta de planejamento e o imediatismo trouxeram complicações para a adaptação ao novo ambiente de ensino.

"Eu queria mudar de escola porque todas as minhas amigas iam estudar lá. Mas foi complicado ter que acordar bem mais cedo, estudar mais para acompanhar o ritmo da sala e abrir mão da academia para fazer os trabalhos e tarefas de casa", diz a adolescente.

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Sem erro

Em casos de troca por conteúdo acadêmico, é importante analisar se a nova instituição proporciona recursos que ajudem no vestibular e projetos que auxiliem na decisão sobre qual carreira seguir. Além disso, detalhes na infraestrutura podem fazer toda a diferença. Por isso, observe se o lugar oferece opções como sala de informática, laboratórios e atividades culturais interdisciplinares.

Antes de mudar definitivamente, quanto mais informações sobre a nova escola você tiver, melhor. Nessa hora, vale a pena conferir a análise do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep, que faz uma avaliação das escolas brasileiras, retratando o desempenho dos alunos e a qualidade das instituições. Afinal, se a mudança é inevitável, é melhor saber o que te espera, não é mesmo?

Atualizado em 6 Set 2011.