Guia da Semana



Fórmulas, equações, gramática, história... Para quem está prestando vestibular, parece que não dá para deixar nenhum detalhe de lado. Nessa hora, além da expectativa e ansiedade, qualquer estudante sofre com o cansaço e as despesas. Afinal de contas, a bateria de exames é intensa e inclui provas que chegam a durar semanas, realizadas em diferentes lugares do País.

Para amenizar essa situação, o Ministério da Educação já começou a implantar um novo sistema de avaliação para substituir o vestibular tradicional, através da reformulação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que deve se transformar em um método mais enxuto. Utilizando tecnologia e apoio da rede de ensino pública e particular, a avaliação poderá servir como critério de entrada nos cursos superiores. Ou seja, ao que tudo indica, o Enem deverá se tornar o novo vestibular.

Mais regular

Apenas este ano, mais de 5 milhões de jovens estão em fase preparatória para as provas do vestibular. No sistema convencional e pulverizado, cada um tem o direito de escolher quantas universidades e cursos pretende concorrer, desde que arque com as despesas de cada processo seletivo. "Fiz a inscrição na Federal do Paraná, USP e UNESP, mas não consegui chegar a tempo em Curitiba, por causa do atraso do avião. Gastei R$ 700 à toa. Ainda bem que passei na UNESP", aponta Aline Ribeiro, estudante de comunicação social.



O objetivo agora é justamente evitar casos como os de Aline, concentrando as provas em apenas um método de avaliação. O Governo já obteve apoio de pelo menos 35 universidades federais (de um total de 55), que devem substituir o vestibular pelo Enem ainda neste ano, equilibrando a disputa de vagas entre alunos nos grandes centros e no interior. "O Enem possibilita alunos do Brasil inteiro concorrerem sem sair de casa. Trata-se de um sistema integrado, que pode ser adaptado de acordo com a nota de corte da instituição", explica Vera Lúcia Antunes, coordenadora do cursinho Objetivo.

Diferente de suas 10 edições anteriores, além da redação, o exame agora terá 180 questões (em vez de 63) e será realizado em dois dias. O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) pretende organizar o teste, graduando-o em três níveis de dificuldade: fácil, médio e difícil. Desse modo, o Enem terá validade mesmo após edições posteriores, evitando as antigas polêmicas, como a falta de parâmetro e as oscilações de dificuldade entre os anos.



Sem decoreba

A prova agora será dividida em quatro áreas de conhecimento: linguagens, ciências humanas, ciências da natureza e matemática. Caso bem executado, o novo formato deve possibilitar o foco em habilidades e conteúdos mais relevantes e específicos para cada curso. Para atingir tal fim, os tópicos prováveis do teste estão sendo divulgados, para ajudar as escolas na transmissão do conteúdo e orientar o aluno a estudar com mais segurança e tranquilidade.

A ideia é explorar cada vez mais a interpretação de texto e raciocínio lógico, aderindo às cobranças atuais dos vestibulares, que estão deixando de lado a memorização de conteúdos como datas, fórmulas e teorias. "Quem pensa que será uma prova difícil está equivocado, pois vai pedir o que é realmente importante, em vez de um rodapé de livro. Estou confiante com o novo método, que é mais elaborado e avalia a habilidade real de cada aluno", completa Vera.

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Fotos: Getty Images

Atualizado em 6 Set 2011.