Guia da Semana

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As mãos suam, as pernas tremem e a cabeça viaja num mar de emoções. Quem nunca sentiu isso na hora de beijar aquela pessoa especial? Manifestação de carinho presente na humanidade há milhões de anos, o beijo pode ir desde o inocente tocar de lábios na bochecha até aquele beijão de tirar o fôlego e ter vários objetivos, como demonstrar paixão, afeto ou mesmo amizade. Com tantos significados, nada mais justo do que criar um dia especial para comemorar a data: 13 de abril, o Dia do Beijo.

Em termos românticos, a importância do gesto dentro do relacionamento é tão grande que ele é suficiente para identificar se o casal combina e tem a famosa 'química'. Por isso, não pense que basta escolher o garoto ou garota mais atraente e bacana da turma para o seu romance dar certo. "Ao estudar o beijo e a humanidade, a ciência descobriu que funcionamos como animais, procuramos por alguém que nos ajude a gerar bons descendentes", explica a psicóloga Eliete Matielo, que há 15 anos é especialista em relacionamentos afetivos.

Isso explicaria por que, muitas vezes, não gostamos do beijo ou mesmo do cheiro de uma determinada pessoa, mesmo considerando-a bonita. Segundo a especialista, quando estamos frente a frente com aquele gatinho, ainda na fase da conversa, nosso corpo já começa a liberar os ferormônios, um conjunto de substâncias químicas que, quando captadas por membros de uma mesma espécie, permite o reconhecimento mútuo e sexual entre os indivíduos. "Assim, o beijo compatível acontece porque ambos já tiveram a compatibilidade de substâncias entre os dois corpos, que geraram essa vontade, o desejo de beijar", explica Dra. Eliete.

Na balada



Óbvio que nem todos os beijos que damos durante nossa vida têm a intenção de gerar bons descendentes. Por isso, utilizamos o beijo quantitativo, ou aquele dado no bonitinho que acabamos de conhecer na balada, mas de quem mal sabemos o nome. Segundo a psicóloga, esse tipo está relacionado ao grupo de comportamento chamado 'racional'. "Nele, a pessoa tem a intenção de beijar, seja para se divertir ou porque o sujeito é muito bonito e a atraiu visualmente. No caso, a pessoa não segue as vontades instintivas, mas beija por interesse".

Para a especialista, se a sua ideia for tentar arrumar um namoro sério, o beijo racional pode não ser a melhor opção. "Dificilmente esse tipo de beijo vira romance". Claro que pode até acabar rolando um namoro, mas a psicóloga diz que é raro acontecer da pessoa beijar racionalmente e dizer que se apaixonou. "Muitas vezes gostamos do visual da pessoa e até do papo, mas não rola a famosa química, justamente porque a pessoa não deixou o instinto agir, foi racional na sua escolha".

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Se tudo tem relação com os tais ferormônios, seria possível dar uma ajudinha à natureza? Algumas empresas dizem que sim - e até vendem um tal 'ativador de ferormônios', que promete intensificar o cheiro naturalmente produzido por nossos corpos. Na opinião da Dra. Eliete, é tudo balela. "O perfume artificial disfarça essa coisa natural que temos. Também pode causar desejo, mas aí entramos novamente no beijo racional, quando, ao invés de deixar os instintos agirem, a pessoa tenta controlá-lo".

Para a psicóloga, todos temos a chance de cruzar com alguém que combina com nosso próprio ferormônio, mas, muitas vezes, o lado mental vem na frente e impede que o lado instintivo atue em nossa vida amorosa. "As pessoas se boicotam, nem aceitam conhecer o outro, porque este foge um pouco do tal 'padrão ideal'. No entanto, muitas vezes, quando ela encontra o suposto ideal, acaba não batendo a química".

Beijando muito

De tão interessante, o assunto beijo acabou virando livro pelas mãos do escritor Pedro Paulo Carneiro. Na obra Dossiê do Beijo, ele descreve 484 formas de beijar, entre elas de língua, com os dentes, beijos orientais e até exóticos, onde os dedos também entram em ação.

Para escrevê-lo, Pedro Paulo pesquisou durante mais de dez anos, submetendo mais de 30 mil pessoas, de diversos países, a 12 perguntas formuladas por ele e pelo psicólogo inglês Marc Thompson. A intenção era realizar uma pesquisa mundial sobre beijos e descobrir diferentes formas de beijar. Desde que lançou o livro, em 2003, Pedro Paulo já fez mais de 200 palestras e entrou para o Guiness Book como o homem que descobriu mais formas de beijar.

Se você quer ser especialista em algum tipo de beijo, veja algumas dicas que o Guia da Semana preparou:



1. Mantenha a calma: não seja afoito e deixe que o momento certo chegue. Se não for espontâneo, pode ser que o casal fique pouco à vontade e o resultado do beijo seja um desastre.

2. Explore o outro: nada de mexer a boca loucamente logo nos primeiros segundos. Faça movimentos suaves e, assim, vá descobrindo o estilo de beijar da outra pessoa. E vá com calma na hora de mover a língua, senão nenhum dos dois consegue desfrutar do momento de forma bacana.

3. Sem excessos: beijo molhado demais não é nada legal. Por isso, controle a língua e saiba a hora de parar um pouco, para ninguém morrer de falta de ar.

4. Aprenda a usar as mãos: juntas, elas fazem parte de um bom beijo. Enquanto se beijam, um pode fazer carinho no cabelo ou rosto do outro, por exemplo. Para fugir da famosa 'mão boba', a dica é deixar seus braços caírem na lateral do corpo e segurar as mãos da pessoa com delicadeza, fazendo carinho e guiando-as para outras áreas, como cintura ou costas.

5. Excesso de batom: Claro que o batom ajuda toda garota a ficar mais bonita, porém, em excesso, pode atrapalhar na hora do beijo, se espalhando pelo rosto dos dois. Caso não abra mão dele, o ideal é a garota levar um lenço umedecido na bolsa. Assim, se borrar, o garoto pode limpar o rosto, sem problemas.

Atualizado em 6 Set 2011.