Guia da Semana

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É importante verificar as condições, tanto estéticas como burocráticas do veículo que irá transportar seu pequeno

Após curtir o verão, férias escolares, família unida embaixo do guarda-sol, voltar à rotina corrida das capitais é, realmente, uma mudança não muito agradável. Para os pequenos, então, pior. Acostumados apenas com a diversão, eles precisam trocar os brinquedos e atividades de entretenimento por cadernos, livros e lição de casa. Muitos, inclusive, pela primeira vez.

Com trânsito cada vez mais frenético dos centros urbanos, as peruas escolares são uma boa alternativa na hora de mandar os pimpolhos para a aula. Porém, essa escolha não é tão simples como parece. Alguns quesitos devem ser verificados antes de fechar o contrato com o ´tio da perua´ e, principalmente, seu pequeno precisa se sentir a vontade para embarcar nessa. Veja dicas de como escolher a perua ideal para levar seu herdeiro com conforto e segurança e evitar dores de cabeça.

De olho na perua

No CNT (Código Nacional de Trânsito), os artigos 136 e 137 são os responsáveis por regulamentar os quesitos que fazem um automóvel comum se tornar uma condução escolar. Para isso, ele precisa ser registrado como veículo de passageiros e possuir aquela tradicional faixa amarela com a inscrição Escolar em preto nas laterais. Além dos cintos de segurança para todos os passageiros e o adesivo informando a capacidade máxima de transporte, outro pré-requisito obrigatório de segurança é o tacógrafo, um equipamento que registra a velocidade e o tempo das viagens.

De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Escolar e Afins do Rio de Janeiro, Luiz Guarçone, é importante verificar se o automóvel está com o registro em dia na Secretaria de Transportes. "A Secretaria disponibiliza um número para cada veículo. A visualização do selo de vistoria deve ser fixada no para-brisa e, em determinadas cidades, os pais podem consultar a placa do carro no site da prefeitura e ver se ele está adequada para transportar crianças", aconselha.

Para rodar sem grilos, a perua escolar precisa também passar semestralmente por uma inspeção dos itens, que incluem desde luzes de vigia no teto a equipamentos para quebrar ou remover as janelas em caso de acidente. "Os pais devem observar as condições gerais do automóvel. Olhar pneus, se está batido, internamente lavado e ainda se há presença de monitor para auxiliar no trajeto das crianças", ressalta Luiz. Vale também ficar atento ao modo como o motorista e monitores se relacionam com os pequenos e, principalmente, se todos usam cinto de segurança e seguem os horários de buscar e deixar as crianças em casa e no colégio.

Arte: Fernando Kazuo


Profissionais

Já os requisitos para o condutor são regidos pelo artigo 138 (do CNT) e exigem que o motorista esteja acima de 21 anos, possua habilitação com categoria D e tenha sido aprovado em um curso de cinquenta horas, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Além disso, o famoso 'perueiro' não deve carregar nenhuma infração grave ou gravíssima nos últimos 12 meses ou ser reincidente em infrações médias no mesmo período.

Assim como os motoristas, os monitores precisam ter um curso de transporte de pessoas com mobilidade reduzida. "Há estados que exigem e outros que fazem da presença de monitor um diferencial para que a perua atraia mais crianças. Infelizmente, o monitor não é obrigatório a nível nacional, mas é uma questão de segurança para as crianças. Cada município tem suas regras definidas", comenta o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Escolar e Afins.

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Para ajudar na ambientação, os pais devem levar os pequenos até a porta da perua e também esperá-los

Medo?

Entre as dezenas de opções, vale a pena perguntar na própria escola se há indicações de transportes e também falar com parentes, amigos e pessoas que morem próximas. Para os pequenos, a novidade pode não ser tão animadora. Segundo a psicopedagoga Betina Serson, é preciso explicar o real motivo de os pais não poderem levar a criança à aula. "Muitas acabam preferindo ir com a perua, pois há amiguinhos da mesma idade, brincadeiras. Caso eles relutem em entrar no carro, os pais podem acompanhar os pequenos por um ou dois dias no percurso, para mostrar mais confiança", aconselha.

Outra forma de deixar a criança mais tranquila é levá-la e esperá-la na porta da perua. "Quando os pais atrasam ou demoram, a criança cria um medo de ser deixada. Fazendo isso, os pequenos se sentem mais acolhidos ao partirem ou chegarem da escola". Vale lembrar que o diálogo com os pimpolhos é também uma excelente forma de saber se o serviço de transporte vem sendo uma boa saída.

No papel

Assim que você encontrar o transporte ideal, antes de fechar o contrato, é hora de avaliar as questões burocráticas. Para isso, é ideal acertar o contrato de prestação de serviço com o perueiro. Segundo o IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), no acordo devem constar nome e dados de ambas as partes, assim como o que foi acertado, como o preço e os horários.

Grande parte dos automóveis escolares são vans de médio ou grande porte abastecidas com diesel e outros combustíveis mais caros e possuem uma manutenção com curto alto, portanto, faça uma pesquisa com diferentes peruas e fique de olho em valores muito menores que a maioria.

Colaborou:

SINTERJ: http://www.sinterj-escolar.com.br/index.htm

Atualizado em 6 Set 2011.