Guia da Semana



Quando a internet se popularizou, em meados dos anos 90, eu era apenas uma garotinha que passava as tardes correndo atrás de bola e andando de patins. Além de ler tudo que me aparecesse pela frente, é claro. Inclusive as mensagens trocadas via sms no celular ou nas salas de bate-papo para adolescentes de 13 a 18 anos.

De lá para cá, muitas revoluções tecnológicas aconteceram sem que eu tivesse tempo de entender a maioria. Acho que eu não estou sozinha neste lance de saber como acompanhar este desenvolvimento. Quase sempre me sinto ´no olho do furacão´. A sensação de estar desatualizada em meio a tantas novidades é, antes de tudo, estranha. Fico pensando que se ´sou jovem ainda´ e ´amanhã velha serei´, normal seria ter tempo hábil para conseguir captar as tais novas idéias.

Claro que muito disso é por falta de interesse direto. Além de disponibilidade. Acabo sabendo das transformações - uma versão nova do iPod, o tal do MP7 que só falta falar, as novas redes de relacionamento que tentam desbancar o brasileiríssimo Orkut - por causa, principalmente, dos jornais. Se fosse depender da livre e espontânea vontade estaria mais isolada ainda do mundo. Peixe fora d´água para usar um clichê.

Acho legal quem consegue assimilar os objetos que surgem ´todos ao mesmo tempo agora´. Quase sempre são pessoas com pelo menos cinco anos a menos que eu. Vivendo os áureos tempos da adolescência. A fase onde ter parece mais importante do ser. Sem generalizações, é claro. Atentem para o verbo ´parecer´. Não dá para enquadrar as pessoas, né?

Enfim, fato é que nesta idade, a menor carga de responsabilidade possibilita que as ´novidades do mundo tecnológico´ sejam mais rapidamente entendidas. Basicamente no quesito ´como mexer´. O engraçado é a pequena diferença de idade influenciar nisso. Mais ou menos como quando a internet virou moda e as pessoas mais velhas pediam ajuda para entrar em sites ou checar e-mails.

Lembro de um dia em especial, quando conversava com um primo de 14 anos sobre qualquer coisa e o assunto descambou para o lado das invenções da tecnologia. Foi ele quem me despertou para a existência do tal MP7. E eu ainda tentando preencher o espaço de 2 gigabytes do meu mp3 genérico...

A chegada não-oficial do iPhone 3G, o aparelho que deixa você falar além de tocar iPod, ter GPS, câmera de 2 megapixels e tela de 3,5 polegadas na qual os dedos controlam as funções - ao contrário dos palmtops (que são acompanhados por uma caneta) -, também me fez sentir um ser de outro planeta. Tenho amigos que correram para ter um. Li uma reportagem, na época do lançamento, em que famosos - às vezes sem conhecerem as funções do novo ´monstrinho´ - foram ao evento de lançamento apenas para levar um destes aparelhos para casa.

Então, eu fiquei pensando para que serve tudo isso? Tipo Orkut. Para quê? E agora tem Myspace, Facebook, mais recentemente o argentino Sonico. Antes era o ICQ (antes devia ter alguma outra coisa, só que nessa época eu devia engatinhar, rs). Agora o MSN. Na rabeira GoogleTalk e Yahoo!Messenger. Fora blogs, twitters e afins. Tanta coisa para facilitar. Eu me sinto complicada, isso sim.

Não é melhor encontrar os amigos, o namorado, a família, etc., do que ficar procurando a melhor forma de conseguir uma conexão? Bem, eu pelo menos prefiro. Sem querer desmerecer as novas tecnologias.

Quem é a colunista: Mariana Lima Pereira.

O que faz: Estudante / estagiária de jornalismo.

Pecado gastronômico: Massas e sorvetes. E frutas no geral.

Melhor lugar do Brasil: Qualquer um que tenha mar.

Fale com ela: [email protected].

Atualizado em 6 Set 2011.