Guia da Semana

Foto: Ministério da Saúde

Imagem de divulgação da campanha brasileira da Semana Mundial da Amamentação

Se o ser humano é mamífero por definição biológica, séculos de repressão ao corpo feminino, crendices e preconceitos fizeram a humanidade se afastar dessa natureza e afrouxar esse laço tão forte e importante que é a amamentação. Desde 1992, mais de 150 países discutem, debatem e chamam atenção para a questão na Semana Mundial da Amamentação (SMAM), celebrada anualmente de 1º a 7 de agosto.

Nas ações encampadas por associações, médicos pediatras e obstetras e ministérios e órgãos públicos procuram solucionar dúvidas e medos de mães e famílias. Para a campanha deste ano, o Ministério da Saúde traz o lema "Amamentar é um ato pessoal. Incentivar, um ato profissional", num trabalho direto com hospitais e postos de saúde estimulando o aumento do tempo de contato direto entre mãe e filho, bem como a exclusividade da amamentação como fonte de alimentação nos seis primeiros meses.

Direito e saúde

Enquanto o mundo discute as vantagens de manter a amamentação para além dos dois anos de idade, sendo exclusivo nos primeiros seis meses, como preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS), por aqui esse tempo ainda está muito abaixo. Relatório divulgado pelo Unicef de 2005 aponta que no Brasil, os bebês são amamentados exclusivamente com leite materno, em média, por 23 dias. A média mundial é de 35% das crianças nascidas ao ano.

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Apenas 43% das mães dão apenas o peito nos primeiros quatro meses

O baixo tempo da exclusividade da amamentação passa pelas condições das famílias e por antigas crendices. A legislação brasileira garante o período de quatro meses de licença-maternidade e intervalos regulares de no mínimo meia-hora para que as recém-egressas ao emprego possam amamentar seus filhos. Segundo o Ministério, esse direito é pouco estimulado, e mães e pais devem sair de hospitais e maternidades cientes de todos seus conhecimentos legais.

No entanto, é ainda maior o papel de velhas crendices e preconceitos. O mito do "leite fraco" é um deles, bem como o da excessiva infantilização das crianças. Estudos comprovam que todo o leite materno, seja o colostro dos primeiros dias até o leite já maduro, é benéfico ao serzinho que a mãe carrega no colo. Grande parte das proteínas do primeiro leite são do tipo Imunoglobulina A - IgA, um poderoso agente de proteção contra doenças. Já o leite maduro oferece todas as gorduras necessárias para o desenvolvimento corporal da criança.

A principal barreira a ser vencida são os primeiros dias, quando tudo é novo para pais e bebês. Para saber como encarar os primeiros momentos, confira as dicas do Ministério da Saúde.

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É importante ajudar o bebê a sugar nos primeiros dias, colocando-o na posição correta
  • A melhor posição para amamentar é aquela em que a mãe e o bebê sentem-se confortáveis. A criança deve estar virada para a mãe, bem junta e apoiada de seu corpo, e com os braços livres. A cabeça do bebê deve ficar de frente para o peito e o nariz bem na frente do mamilo. Só coloque o bebê para sugar quando ele abrir bem a boca.
  • Quando o bebê pegar o peito, deixe que ele encoste o queixo na mama e os lábios ficam virados para fora, o nariz fica livre e aparece mais aréola (parte escura em volta do mamilo) na parte de cima da boca do que na de baixo.
  • Quando for preciso tirar o bebê do peito, para que ele solte o mamilo sem machucá-lo, a mãe pode colocar o dedo mínimo no canto da boca, entre as gengivas. Quando terminar de mamar, é importante segurá-lo junto ao colo, em posição vertical, para que ele possa arrotar e não tenha desconforto. O bebê deve mamar sempre que quiser, e com o hábito ele desenvolve o seu próprio ritmo de mamar, o que deve ser respeitado. Espere que ele esvazie bem a mama e então ofereça a outra, até que fique satisfeito.
  • O leite do início da mamada tem mais água e mata a sede. É muito importante que o bebê esvazie bem a mama, pois o leite do fim da mamada tem mais gordura e, por isso, mata a fome do bebê e faz com que ele ganhe mais peso. É importante para a produção de leite que o bebê esvazie as duas mamas.

Atualizado em 11 Fev 2014.