Guia da Semana

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Ao longo dos bimestres - e principalmente no final do ano letivo -, observamos crianças e jovens lidando com os problemas do baixo desempenho escolar e as consequências disto também no ambiente familiar.

Desde que a escola se estabeleceu como um regime seriado de saberes e as avaliações destes saberes, percebeu-se que as diferenças humanas provocam maneiras diferentes de aprender, de expressar esse aprendizado e de manifestar o conhecimento adquirido e consolidado.

O sistema de notas e o processo de promoção e retenção têm assombrado estudantes há mais de séculos em todo o planeta, e são raros os modelos escolares-pedagógicos que não privilegiam notas como mensuração do saber. Resultado disto são problemas de saúde por estresse, bullying, e desarmonia na família, já que as espectativas dos pais conflitam com os problemas escolares.

Atualmente, tornou-se clichê avaliar crianças que têm dificuldades escolares com algum tipo de distúrbio de atenção. Fato é que a sociedade contemporânea, e nisto inclui-se a brasileira, submete não só os jovens, mas todos os cidadãos, a uma maior e crescente carga informativa. As mídias se amplificaram e se tornaram irradiadoras de informações que disputam foco com assuntos de profundidade a que os estudantes deveriam dedicar maior atenção.

Uma vez que a escola, em geral, dá maior destaque aos conteúdos mínimos a serem absorvidos, é a memorização que acaba sendo valorizada em detrimento a outras habilidades humanas, como a expressão para além da escrita e da fala, que permite a manifestação da criatividade, do improviso e das outras inteligências, tais como as observadas nas artes e nos esportes em geral.

Os pais devem ter muito cuidado com a cobrança excessiva sobre os resultados numéricos relacionados ao desempenho escolar, e devem procurar compreender o porquê da situação dentro do universo comportamental da criança ou do jovem, de maneira a oferecer suporte para a superação do problema, e não apenas "broncas" ou castigos. Mesmo quando se percebe, por parte do estudante, uma certa dose de falta de comprometimento, vale o conselho da conquista antes da punição ou das ameaças.

O que devem fazer os pais? Observar o comportamento rotineiro dos filhos, se há alguma atividade ou conjunto de atividades que não permitem ao estudante ter um tempo de estudo e realização das suas tarefas; se ele possui realmente dificuldades de compreensão de conteúdos; se a escola em que ele estuda tem exigências maiores que o ritmo de resultados do estudante; se a linha pedagógica da escola está em harmonia com a espectativa dos pais, entre outros fatores.

Muitos pais, na tentativa de dar a seus filhos a melhor formação possível, não compreendem que há limites para apreensão e que, mesmo em uma formação regular, um estudante poderá ter um futuro profissional e pessoal brilhante. Há inúmeros casos de jovens que eram ótimos alunos em suas escolas e que foram transferidos a outras instituições "mais conceituadas" e que acabaram se tornarando alunos de baixo desempenho, desenvolvendo quadros depressivos e bloqueios psicológicos fatais à construção da autoestima pessoal e profissional.

Na incerteza de ações, consulte um especialista, além do coordenador ou orientador pedagógico escolar. Há psicopedagogos, professores particulares, terapeutas e psicólogos que poderão orientar pais e estudantes a como lidar com o "fantasma" das baixas notas.

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O que faz: Arquiteto, matemático, mestre e doutor em Educação, especialista em dificuldades do aprendizado.

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Atualizado em 11 Fev 2014.