Guia da Semana

Foto: sxc.hu


Estudos apontam que com a vida moderna as crianças praticam menos atividades físicas do que antigamente. Trocar a piscina pelo videogame, o futebol pela internet, a conversa em roda com os amigos pelo celular são atitudes cada vez mais normais entre os pequenos. No entanto, está comprovado que se exercitar, não apenas através de um esporte, mas de brincadeiras e jogos, faz bem para a coordenação motora e para o desenvolvimento intelectual.

O professor da Faculdades Integradas Metropolitana de Campinas e coordenador do Instituto do Esporte/Metrocamp José Erb Ubarana Júnior, explica que o esporte e a prática de atividades físicas são duas coisas distintas: "Andar de bicicleta, correr, dançar, brincar de pega-pega, esconde-esconde, essas coisas são diferentes da aula de futebol, vôlei, basquete, ginástica, ou natação por exemplo".

Entre os benefícios desses exercícios, estão o repertório motor e a capacidade de se desenvolver como ser humano. De acordo com a professora de Educação Física da Universidade Municipal de São Caetano e Mestre pela Escola de Educação Física e Esporte da Usp Denise de Oliveira Alonso, a criança quando joga com os colegas, aprende regras e as transfere para o convívio social. Elas aprendem a respeitar os outros. Além disso, é importante receber os estímulos que as atividades físicas produzem no corpo e na mente, porque motivam a auto-estima e o poder de realização.

A professora explica que a infância é dividida em duas fases: a chamada Primeira Infância é classificada por crianças de até 4 anos e a Segunda Infância vai dos 4 aos 10. Nesses dois períodos as atividades indicadas por especialistas são diferentes, "A partir dos 6 meses, o bebê já pode entrar na natação, brincar, fazer atividades acompanhadas por tutores. É recomendado pelos médicos que façam isso. Até os 4 anos, a criança ainda não sabe interagir completamente, por isso o ideal é praticar qualquer esporte que exija mais a individualidade dos meninos e meninas como ballet, judô e natação. Num segundo momento, as atividades terão um caráter mais recreativo e o ideal é partir para jogos em equipes como futebol, voleibol, basquete e queimada por exemplo."

Não esquecer de separar de duas a quatro horas por dia, de três a quatro vezes por semana, para praticar exercícios físicos (incluindo hobbies e esportes) é a dose certa para se ter uma infância saudável na opinião de Denise.

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Tudo em excesso também faz mal para a saúde, principalmente para os pimpolhos que estão em fase de formação. Por isso, os pais devem evitar que seus filhos exagerem na quantidade. Além disso, evitar a super influência durante as atividades. Às vezes, muita expectativa em cima das crianças tem efeito contrário e elas perdem o prazer de freqüentar aulas de educação física, por exemplo. "Quando os pequenos dão sinal que gostam de um esporte, os pais devem estimular tomando cuidado com o nível de cobrança exigido", aconselha o professor Erb.

Ele explica também que a competição é vista por muita gente de uma forma negativa, porém, o problema não é ela em si, mas sim como trabalhá-la na criança. "É um elemento fundamental para o jogo, tanto para esportes quanto para brincadeiras e atividades. Devemos apenas ponderar até que ponto a cobrança pela liderança é fundamental".

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Quando a criança dá sinal de indisposição constante, ou seja, nunca quer brincar com os amigos, nem nadar na praia, correr e se divertir, os pais devem procurar algum estímulo para incentivá-la a participar dos acontecimentos infantis, principalmente porque elas têm energia de sobra para isso. "Está ficando mais comum atualmente, crianças que não sabem brincar ou não têm o hábito por causa da vida moderna: as brincadeiras de ruas estão cada vez menores, a interação antigamente era maior, inclusive alguns especialistas denominam essa situação como um fenômeno chamado Curto Calor de Ludicidade". Geralmente, ele ocorre nos centros urbanos, que exigem muito das crianças; elas acabam ficando estressadas e deixam as atividades físicas prazerosas de lado.

Por isso, o importante é não deixar acontecer. Assim como dormir bem, ter uma alimentação saudável, um período para estudo, praticar um ou mais esportes, estar disposto a fazer atividades físicas ao longo do dia é fundamental para o desenvolvimento sadio das crianças. É uma obrigação!

A falta de exercício físico na infância pode causar:
  • Obesidade
  • Sedentarismo
  • Problemas no desenvolvimento afetivo-social
  • Falta de auto-estima
  • Stress
  • Dificuldade de criação
  • Prejuízo na coordenação motora


  • Atualizado em 6 Set 2011.