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No passado, o método de ensino de línguas estrangeiras tomava por base a tradução de sentenças entre o idioma estudado e a língua materna. O Método da Gramática e Tradução, como era chamado, copiava o modelo antigo de ensino das línguas mortas (latim e grego clássico), em que discussões sobre a estrutura gramatical eram o foco do aprendizado e somente a língua materna dos alunos era usada em aula.
No entanto, os tempos se passaram, as realidades e as necessidades também são outras. Hoje, falar que estudamos um idioma por meio de um método focado nas traduções é considerado, por muitos, quase um sacrilégio, um crime. Mas por que isso ocorre?
A prática da sala de aula demonstra que as traduções são um meio eficiente de promover o aprendizado, sim, mas não devemos estruturar todo o processo somente com base nelas. No início dos estudos, a semelhança entre a língua materna do aluno e a língua estudada era grande, então as traduções não oferecem dificuldades ao entendimento. Tomemos um simples exemplo disso:
I love you.
Eu amo você. / Eu te amo.
Eu amo você. / Eu te amo.
Caso o aluno tente fazer a tradução de cada uma das palavras, o sentido será claro e completo em português. Vejamos agora outro exemplo:
It takes my father ten minutes to have breakfast.
Meu pai leva dez minutos para tomar café da manhã.
Meu pai leva dez minutos para tomar café da manhã.
Como podemos ver, nesse caso as estruturas gramaticais são bem diferentes, o que impossibilita uma tradução ao pé da letra com resultado coerente e natural.
Sendo assim, se o aluno estiver acostumado ao aprendizado sempre associado à tradução, encontrará dificuldades futuras para se desvencilhar dela, no momento em que for apresentado a tópicos gramaticais mais avançados. A melhor alternativa é usar a língua materna apenas como meio facilitador para o aluno em casos de extrema dificuldade, ou então no trabalho com textos, nos quais uma mesma palavra pode ter um ou outro significado dependendo do contexto.
Portanto, a tradução em si não é prejudicial ao aprendizado de uma língua estrangeira. Precisamos apenas adequá-la e aplicá-la de forma consciente e racional, sem exageros ou muita ênfase.

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Atualizado em 6 Set 2011.