Guia da Semana

Foto: Arthur Santa Cruz

Cada grupo permanece posicionado de um lado do terreno, cheio de obstáculos e desafios a serem superados. Equipamentos preparados, munição checada e muita coragem são requisitos mínimos para começar o inevitável confronto. O tenso momento é quebrado com o início da partida de Paintball, atividade de simulação no qual cada integrante precisa agir em harmonia com os companheiros de equipe e utilizar-se de táticas de guerra para marcar os inimigos.

Também usado como treinamento militar para exercitar estratégias em situações de combate ou de camuflagem. Muitas forças especiais ao redor do mundo aproveitam da possibilidade para melhorar suas habilidades. Na simulação, as balas reais são substituídas por simples bolinhas que são repletas de tinta em seu interior, para possibilitar a prática sem oferecer riscos e marcar os oponentes atingidos, porém a utilização de acessórios de segurança, como visores fabricados especificamente para o esporte e o uso de coletes, é obrigatória para evitar acidentes. As armas de ar comprimido, conhecidas como marcadores, chegam a disparar os projéteis em velocidades incríveis, porém o limite nos campos não pode ultrapassar os 300 pés por segundo para ferir os adversários.

Jorel Salotti Bastos
Foto: arquivo pessoal
A modalidade chegou ao público e logo se popularizou. Em busca de adrenalina, um crescente número de pessoas resolveu experimentar a sensação de participar de um combate e sentir toda a emoção envolvida durantes as partidas, como a tensão na troca de tiros, o medo de não saber a localização do inimigo e ser pego de surpresa ou a alegria de acertá-lo com precisão. Jorel Salotti Bastos juntou seus amigos para uma disputa descompromissada, "foi divertido como sempre, mesmo com o outro time possuindo uma pessoa a mais, o meu conseguiu ganhar a maioria das vezes. Pretendo praticar pelo menos uma vez por mês". Relata o técnico de informática, discursando também sobre como se conter durante jogo. "O principal é não ter medo, usar a adrenalina como um meio de inibir a dor dos tiros e seguir adiante."

Outro fator importante é o terreno, a disposição dos obstáculos, o tamanho e a utilização da criatividade para montar um ambiente que seja capaz de fazer com que o jogador sinta-se imerso em uma verdadeira área de conflito. No intuito de deixá-lo ainda mais parecido com determinado tipo, como o urbano, construções de madeira são erguidas para se assemelharem a casas, carros velhos e enferrujados são colocados para serem usados como proteção, tudo feito para aumentar o nível de diversão do jogador. "O que mais chama atenção são os obstáculos. A dica que tenho é reunir um grupo e ir o quanto antes, pois é uma atividade viciante. Quem nunca participou não sabe como é bom", afirma Jorel.

Profissionais do campo de batalha

Terreno do Snipers Paintball
Foto: Arthur Santa Cruz
Há sete anos no ramo, Marcelo Malucho, proprietário do Snipers Paintball, afirma que o perfil de seus clientes varia de crianças, que muitas vezes preferem deixar de lado as festas de aniversário convencionais em Buffets para freqüentar o espaço, a adultos, passando por empresas interessadas em realizar eventos com o intuito de demonstrar aos funcionários certos valores, como as vantagens do trabalho em conjunto ou a importância da determinação para conseguir alcançar seus objetivos. Até determinadas equipes de segurança pública, que procuram na modalidade a possibilidade de colocar em práticas novos conceitos de estratégias, recorrem ao ambiente.

"Em um evento empresarial que realizamos, o consultor propôs um desafio para seus funcionários, eles precisariam enfrentar a concorrência, as dificuldades e outros empecilhos que permeiam a área de atuação deles, porém éramos nós que estávamos interpretando os problemas a serem superados. Dois amigos, um ex-oficial do exército, um policial civil e eu enfrentamos 25 pessoas nesta disputa, realizada dentro de uma mata densa. No final, conseguimos vencer". Comenta a façanha com um grande sorriso.

Foto: Arthur Santa Cruz
Tânia A.B. Huamani, organizadora do Circuito Sul Americano de Paintball (CSP), presidente da Federação Sul Americana de Paintball (SAPBF) e sócia da Mercenários Paintball Store, fala que descobriu a modalidade ao ouvir no rádio a propaganda de abertura do primeiro campo do esporte, localizado no Jaçanã. Seu marido apaixonou-se logo na primeira visita e nunca mais parou de jogar. "Na primeira viagem aos Estados Unidos, para participar de um grande campeonato em 1991, tivemos a oportunidade de ver outros equipamentos e começamos a importar, iniciando assim a loja". A junção das habilidades dos brasileiros, com a de um canadense, de um português e descendentes de espanhóis e japoneses foi responsável pela formação de um importante time de competição no Brasil, os Mercenários, que levam o nome do estabelecimento a diversas partes do mundo. O grupo, formado a mais de uma década, já faturou muitos prêmios em diferentes campeonatos, tanto nacionais quanto internacionais.

"É essencial que cada um saiba o que deverá fazer em cada situação. Um front player não terá a menor chance de se mover no campo e fazer sua parte se não puder contar com a eficiência do jogador de cobertura, por exemplo. A comunicação também faz grande diferença. Se um oponente está atirando direto em você e não te deixa por a cara para fora, você tem que pedir ajuda aos seus companheiros que estejam em melhor posição para alvejá-lo." Explica Tânia, ressaltando as principais necessidades para a construção de um bom time.

A diversão é garantida segundo aqueles que participaram ou que trabalham no mercado do segmento, porém algumas regras precisam ser seguidas para manter a boa conduta no campo e para minimizar os riscos à segurança. Nunca retirar a máscara dentro do terreno, sempre usar protetor no cano do marcador, as armas de ar comprimido, caso não esteja em disputa ou não disparar em pessoas desprovidas de equipamentos de segurança são apenas algumas das dicas para não estragar a brincadeira dos demais. Cada um possui seus limites, o esporte exige um bom condicionamento físico e bastante disposição do praticante, pois inevitavelmente ele terá que correr, saltar, agachar e ainda agüentar a dor do disparo contra algumas partes do corpo caso seja atingido. Responsabilidade e respeito ao próximo são garantias para uma excelente partida.

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Telefone: (11) 3871-1468
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Atualizado em 1 Dez 2011.