Guia da Semana

Foto:Circo Fiesta


O circo é uma das artes mais antigas, há registros de atividades circenses até nas paredes de pirâmides do Egito, onde desenhos representam malabaristas e domadores. Mas, seu nome tem origem na época do Império Romano, porque as atrações eram apresentadas no Circo Máximo de Roma, onde é o Coliseu.

Mas, de lá para cá mais de mil anos se passaram e muita coisa mudou. Hoje em dia, para atrair a atenção do público, as companhias precisam investir em infra-estrutura e novos formatos de espetáculos. O chão, que antes era de terra batida, agora é asfaltado e as companhias têm estratégias de marketing e o auxílio de publicitários. As apresentações contam com iluminadores e sonoplastas, mas o foco principal do show ainda é dos artistas.

César Guimarães tem 45 anos, é palhaço e diretor artístico do Tradicional Circo Fiesta . Está neste meio desde seu nascimento, para ele a competição não é um grande problema, "primeiro foi com rádio, televisão, talvez até o teatro, agora, temos que competir com shopping e internet. Mas, o circo sempre consegue sobreviver, acho que por causa do lúdico, da fantasia."

Internacionais

O circo está voltando a ganhar espaço entre o público. A cidade de São Paulo tem duas companhias com endereço fixo, Circo Spacial e Circo Vox, e também recebe festivais como o anual Panorama Paulista de Circo.

Ao redor do planeta grandes trupes ganham a cena mundial, como o canadense Cirque du Soleil e o russo Slava´s Snowshow , que apresentaram seus espetáculos em algumas capitais brasileiras.

A atenção dada aos shows internacionais gera polêmica entre os circenses brasileiros. Segundo César, "O circo agora, depois do Cirque du Soleil, virou uma empresa. A tecnologia tomou conta, você vai assistir a um espetáculo desses e aplaude ao maquinário, não ao artista.", ele completa "Lá, o ingresso mais barato custa R$200, aqui no Fiesta, o mais barato é R$5. Claro que a estrutura do espetáculo é diferente, mas a paixão em fazer, se a nossa não é igual, é maior".

Para Rody Jardim, do Circo Spacial , as grandes produções que chegam ao país ajudam a divulgar a arte circense e não ameaçam as trupes brasileiras. "O Cique du Soleil não compete com a gente. Os dois espetáculos que eles trouxeram para não eram voltados ao público infantil. Aqui no Brasil o circo é mais voltado para as crianças."

No Brasil

Há leis que proíbem o uso de animais em apresentações. Elas estão em vigor na capital de São Paulo, bem como em algumas cidades interioranas e no litoral, em todo o estado do Rio de Janeiro, na Paraíba e em municípios da região sul.

Sobre a proibição, Rody Jardim, diz ser contra, "A gente, como a UBCI (União Brasileira de Circos), é a favor da regulamentação, como existiam as portarias do IBAMA, só que não eram fiscalizadas. Só tem animais quem tem condições de cuidar, os que não têm condições, não têm animais. É mais fácil proibir do que pensar um pouco".

Por amar os animais, Elena Cerântola, sócia do circo Circo Vox afirma ser a favor da lei, "Sou contra o uso de animais no circo. Acho que não é certo, mas entendo porque os circos têm. Antigamente, quanto mais animais você tivesse, mais status tinha".

Encantados

Música, luzes e imagens estimulam os sentidos dos pequenos e mostram que o impossível é pode ser real. A figura do palhaço com olhos marcados, boca e nariz vermelhos e grandes parece fascinar as crianças. Durante todo o espetáculo, elas se divertem, riem, interagem com os números e ficam admiradas com as proezas exibidas no palco.

Segundo freqüentadores Fiesta, a maior vantagem do picadeiro com relação a outras opções de entretenimento é a união entre artes. Os espetáculos trazem técnicas diversas, como ilusionismo, dança, malabarismo, equilíbrio e teatro. Assim, se tornam atividades divertidas e enriquecedoras para as crianças. Mas, a diversão não é só para os pequenos, este é um programa para toda a família, os pais lembram de sua infância e chegam a se emocionar.

Atualizado em 6 Set 2011.