Guia da Semana

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Fazer cursinho ou prestar direto o vestibular? Medicina ou Arquitetura? Um ano viajando ou continuo aqui? As possibilidades são muitas, o que pode virar um problema na vida daquele que acaba de se formar. Nessa fase, diversas coisas mudam: os ambientes, os amigos e até a forma de encarar a vida.

Nos meses seguintes à formatura do colégio, Amanda Oliveira, 18 anos, ainda não sabia que caminho tomar e o que fazer com seu tempo livre. Sentiu muita saudade dos colegas e da rotina escolar. "Estava em dúvida do que prestar para o vestibular e sentia falta dos meus amigos do colégio. Comecei a me sentir muito triste e até procurei ajuda psicológica, não sabia o que fazer", revela ela que resolveu relaxar e optou por fazer um curso que gostasse: publicidade.

Terminar o ensino médio pode ser um alívio para alguns e um tormento para outros. A missão de escolher qual caminho seguir nem sempre é uma decisão fácil. As turmas se desfazem, nem sempre todos seguem o mesmo caminho. Ter dúvidas sobre que curso fazer, qual rumo tomar é comum. "O importante é como cada um vai lidar com suas dúvidas e transformá-las em escolhas autênticas", aconselha Leonardo Fraiman, psicoterapeuta e supervisor clínico, diretor da Clínica Fraiman.



Natasha Silva, 22 anos, se formou no ensino médio em 2006. Ela tinha uma turma muito legal no colégio. "Eu fazia parte do time de vôlei, tinha muitos amigos e estávamos sempre juntos", conta ela que depois da formatura não conseguiu manter as mesmas amizades. "Cada um seguiu seu rumo, nem todos se falam hoje".

É mais normal do que se imagina sentir falta dessa fase, por conta das mudanças, principalmente as de rotina. Muito acham que vão conseguir manter a mesma turma, mesmo cada um optando por um curso ou faculdade diferente. "Nos primeiros meses eu fiquei muito triste, não rolava mais os encontros com o pessoal. Quando a gente marcava, nem todos iam, cada um tinha seu compromisso", fala Natasha, que hoje na faculdade conseguiu superar a falta dos amigos do colegial.

Muitas possibilidades

Ter a sensação de estar perdido, triste ou ansioso no período após a tão esperada formatura é uma situação comum. Ficar livre do colégio não quer dizer ficar livre de escolhas (e nem estamos falando das alternativas da prova de física!). Existem aqueles que não conseguem enxergar possibilidades do que fazer, mas também há quem consiga visualizar várias soluções.

Maria Vitória, 21 anos, sabe bem o curso que quer fazer na faculdade. Ela sempre soube que queria estudar moda. Acontece que, agora, com o final do colégio, ela tem a chance de viajar para fazer o curso de francês que sempre quis. "No colégio eu não conseguia ir para fora fazer o curso, agora tenho tempo, mas e a faculdade?", indaga.



A dúvida de Maria Vitória é se vai perder tempo fazendo o curso de seis meses fora do país, mas, ao mesmo tempo, ela pensa como esse curso pode agregar em sua carreira futuramente. "A dificuldade de decidir o que fazer após formar-se no Ensino Médio pode acarretar em apatia, baixa autoestima, sentimento de menos valia, ansiedade a até mesmo depressão", alerta o psicoterapeuta Leonardo Firman, que ainda acrescenta: "Um dos piores problemas é a sensação de, ao não saber por onde ir, a pessoa se sentir sem valor. Esse é o principal erro".

Com várias opções de caminhos a seguir, o importante é não cair em nenhuma encruzilhada e nem se desesperar. Com tranquilidade e sempre levando em conta os pontos positivos e que mais tem a ver com o perfil de cada um, a escolha do que fazer depois da formatura do colegial virá naturalmente.

Atualizado em 6 Set 2011.