Guia da Semana

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A convivência em família nem sempre é fácil e costuma piorar durante a adolescência. Os conflitos aumentam, a gente passa a questionar tudo e a achar que os pais não entendem nada. As coisas ficam ainda mais complicadas quando entra uma outra pessoa, um padrasto ou uma madrasta, que nem sempre (quase nunca) são desejados.

Meus pais se separaram quando eu tinha três anos e meio e, desde então, tiveram vários relacionamentos. O mais difícil sempre foi aceitar os defeitos e manias deste outro membro da família, que não é nem meu pai, nem minha mãe, e muito menos meu tio ou tia. Às vezes pensava: porque eu tenho que aturar essa pessoa? E mais: porque preciso dividir minha mãe ou pai com ela?

Quando tinha 15 anos, passei por alguns problemas com um namorado da minha mãe que tinha um filho de uns 7 anos. A fase da minha vida era a pior possível: eu não estava afim de entender nada e queria desesperadamente que todos me entendessem. Tinha que viajar com eles, almoçar com eles, passear com eles e isso não me agradava nem um pouco. Só queria ficar no meu canto, com os meus sofrimentos (que, claro, eram os maiores do mundo naquele momento).

Hoje vejo que posso ter sido um tanto imatura. Não dá pra me culpar por não ter conseguido aceitar - realmente é algo difícil - , mas há maneiras de contornar este tipo de situação. A gente sabe que os pais estão separados, mas nem sempre percebe que eles não querem ficar o tempo todo sozinhos e precisam conhecer alguém. Estas pessoas vão acabar fazendo parte da nossa vida e, caso seja uma escolha dos nossos pais, é importante que respeitemos.

Sim, é um saco ter um ser indesejado na sua casa. Para algumas pessoas é parecido com o nascimento de um irmão, um novo membro que você não pediu para chegar. Você não quis que ele estivesse ali e nem concordou com sua entrada na família, mas a vida é repleta de acontecimentos imprevistos.

Os namorados e as namoradas de nossos pais podem ser chatos, legais, divertidos, sérios e até ter filhos (que podem ter as mesmas qualidades e defeitos), mas o fato é que eles estão ao lado das pessoas que mais amamos no mundo, com sorte fazendo bem a elas. E isso já é suficiente para que pensemos em relevar a intrusão e aceitar o novo "parente emprestado" - que pode, inclusive, ser apenas provisório. Uma boa opção é conversar com os pais, ser sincero quanto às dificuldades que temos. O diálogo sempre ajuda a superarmos os obstáculos.

Quem é o colunista: Fernanda Carpegiani - Uma jovem cheia de energia, que aproveita a vida de uma forma intensa e particular.

O que faz: Jornalista apaixonada.

Pecado gastronômico: Batata frita.

Melhor lugar do Brasil: Ubatuba - São Paulo.

Fale com ela: [email protected]

Atualizado em 1 Dez 2011.