Guia da Semana


A velocidade dos acontecimentos cotidianos provoca notáveis mudanças de comportamento no ser humano. Crianças e adolescentes, por vezes emancipados antes do tempo, acabam atropelando fases importantes do crescimento saudável, como a infância. A puberdade precoce e a ânsia de conquistar a liberdade cada vez mais rápido fazem com que os pequenos deixem de viver a verdadeira e importante infância.

De acordo com o psiquiatra especialista em comportamento infantil Francisco Assumpção, a criança com até 12 anos ainda não sofreu a transformação hormonal que caracteriza a passagem da infância para a adolescência. "É uma fase na qual as crianças devem brincar, desenvolver a habilidade de criação, o que as possibilitam viver em grupo, em sociedade. Não é o momento de destacar o namoro", afirma o profissional.

Já a psicóloga Ana Cássia Maturano ressalta que a idealização da criança por um "namoradinho" surge pelos papéis representativos dos pais ou avós. "Quando há a abordagem do namoro somente nos papéis do masculino e feminino, é no sentido inocente. Só não pode haver estimulo da sexualidade pelos pais ou por terceiros. Isso tem que surgir naturalmente na puberdade", explica.

Agora, quando a "paixão" para uma criança causa sofrimentos e mudanças de comportamento, como falta de apetite, isolamento no convívio social, problemas de aprendizado, os responsáveis devem ficar em alerta. "O acompanhamento de um profissional é importante quando há confusão e dificuldade de lidar com este tipo de situação. Não é natural nem mesmo com os adultos", informa a psicóloga.

Criança da atualidade
Num momento em que a sexualidade aparece em tom de glamour e com grande destaque pela mídia, as crianças recebem imagens e informações que acabam sendo inseridas no seu dia-a-dia de maneira inconsciente. Agora, as meninas dançam na "boquinha da garrafa" em vez de brincarem de roda, usam maquiagem e salto alto no lugar de lacinhos e sandálias confortáveis. Os meninos se rendem incontrolavelmente aos computadores e videogames, não brincam mais de pipas e nem mesmo fazem brinquedos com as próprias mãos.

Para Francisco Assumpção, as crianças brincam cada vez menos e têm as suas agendas equivalente a dos adultos, privando-as de viver a importante fase da infância. "Deve-se tratar criança como tal. Exigir horários, atitudes e comportamentos de adultos interfere diretamente no desenvolvimento do menor", indica o psiquiatra.
E a dica aos responsáveis para proporcionar uma boa fase infantil ao filho é muito simples: "deixem as crianças viverem toda a imaginação do seu mundo, isso basta!", garante Assumpção.

Serviço

Dra. Ana Cássia Maturano - Psicóloga Infantil
Tel: (11) 3722-4646

Dr. Francisco Assumpção - Psiquiatra Infantil
Tel: (11) 5579-2762

Atualizado em 6 Set 2011.